O governo da Bahia recebeu da Ford R$2,15 bilhões como indenização devido ao fechamento de fábricas no estado.
Isso porque em 2014 teria sido feito um termo aditivo que realizava um acordo, que em troca de ações de fomento e financiamento de capital de giro criadas pelo Estado, a montadora realizaria aporte na Ford Nordeste.
“Com a decisão da Ford por fechar o complexo em definitivo, estes benefícios foram o parâmetro das negociações para se chegar ao valor da indenização devida pela empresa, acrescido de correção monetária”, diz nota enviada ao portal Metrópoles.
A informação sobre onde o valor deve ser aplicado não foi repassada ao jornal.
Entenda o fechamento da Ford
A Ford encerrará sua produção de veículos no Brasil com o fechamento das fábricas em três cidades: Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE).
A fábrica no estado do Ceará deve ser a última a fechar, como previsão para que encerre suas atividades no quarto trimestre de 2021. A produção só deve continuar devido a necessidade de peças para suprir o estoque de pós-venda do 4×4 T4, da Troller.
Sendo que será encerrará as vendas dos modelos EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. Eles são produzidos em Camaçari (BA) e Taubaté (SP).
O mercado brasileiro será abastecido com veículos produzidos principalmente na Argentina e no Uruguai. Nesses países não há previsão de encerramento de atividades pode parte da montadora, pelo menos nada foi divulgado até agora.
Qual o motivo do fechamento da produção no Brasil?
De acordo com o divulgado pela companhia, isso se deve a crise gerada pelo Covid-19 que atingiu o mundo todo.
A Ford afirmou que a pandemia “amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
Jim Farley, presidente e CEO da Ford, se posicionou sobre a decisão. “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global”, completou.
Por meio de nota, enviada a Uol, a Anfavea, a associação das montadoras, afirmou que não iria comentar sobre a decisão da Ford.
“A Anfavea não vai comentar sobre o tema, trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos. Mas isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”, declarou.