Auxílio Emergencial e desenvolvimento da economia no Brasil

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Economistas temem por um possível aumento na taxa de pobreza e desemprego no Brasil. A primeira rodada de pagamento do novo Auxílio Emergencial está prevista para se iniciar em abril do corrente ano, tendo sua permanência garantida até o mês de julho.

Nesse sentido, milhões de brasileiros vivem na incerteza de como irão pagar as contas com o fim do benefício. Muitos, inclusive, já não contam mais com o a ajuda do Governo Federal, devido a uma série de cortes e restrições propostas na renovação do auxílio, acarretando em uma redução no número total de beneficiários.

Como fica o Mercado de Trabalho?

Infelizmente, especialistas da área econômica já projetam um aumento considerável do nível de pobreza e do número de desempregados, gerando uma desaceleração de um possível crescimento econômico durante o ano de 2021. Assim, em média 36% das famílias participantes do benefício não possuem outra fonte de renda, segundo o Instituto Datafolha.

Entretanto, o Governo Federal havia sido categórico na afirmação e garante que novos meios serão criados com a finalidade de gerar uma compensação após a retirada do Auxílio Emergencial. Além disso, está previsto um reajuste para o Bolsa Família, de acordo com declarações do Governo Federal.

Partindo disto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicou por meio de censo, que no terceiro trimestre do ano de 2020 o PIB nacional teve crescimento estipulado em 7,7%. Fato este, que de acordo com o Ministério da Economia, iria garantir a retomada de ofertas de empregos compensando a ausência do Auxílio Emergencial.

Porém, frustrando os planos do Governo Federal, o Produto Interno Bruto nacional, após crescimento de 3,2% no quarto trimestre do ano de 2020, acabou sofrendo com uma retração de 4,1% no ano todo. Logo, esta queda acabou impactando e acarretando na interrupção do crescimento nacional de uma série de três anos consecutivos, de 2017 a 2019.

A redução apresentada é classificada por diversos economistas como um reflexo dos resultados e efeitos obtidos durante a pandemia do COVID-19, quando a maioria das atividades econômicas foram interrompidas em uma tentativa de controle da disseminação viral, mesmo após a flexibilização, diversas pessoas acabaram ficando mais cautelosas, tendo um pouco mais de receio, principalmente em serviços que geram aglomeração. É o que relata Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais.

Ademais, segundo Fabio Astrauskas, CEO da Siegen, o fim do Auxílio Emergencial pode ser a porta de entrada de 7 milhões de brasileiros, em 2021, no grupo do desemprego, representando uma porcentagem de aproximadamente 20%, o que significa um aumento no número geral de desempregados, que saltaria de 14,1 milhões para cerca de 20 milhões.

Dessa maneira, em conjunto com o dado de 36% de famílias dependes do Auxílio Emergencial, é possível concluir que as políticas públicas de assistência social são necessárias para minimizar os efeitos da pandemia.

Como fica a economia brasileira?

Em 2020, as taxas de serviço encolheram em média 4,5%, juntamente com uma retração da indústria, ficando em 3,5%. Os dois setores unidos representam aproximadamente 95% de toda atividade econômica nacional. Diferente disso, um dos poucos setores que apresentou crescimento foi a agropecuária, com índice positivo de 2%.

Ademais, no setor de serviços, a menor taxa de resultado veio da classificação chamada de outras atividades de serviços, que abrange restaurantes, academias e hotéis, possuindo um desempenho negativo de 12,1%. Os serviços direcionados à família foram os que mais sofreram devido ao período de restrições de funcionamento.

Enquanto isso, na indústria, o principal destaque negativo fica com o setor de construção, que apresentou queda de 7%, voltando a cair após alta de 1,9% durante o período de 2019. Em contraponto, as indústrias extrativas tiveram uma elevação de 1,3% devido à grande produção de petróleo e gás, que acabaram compensando a queda na extração de minério de ferro.

Indo na contramão de outros setores, a agropecuária apresentou crescimento de 2%, sendo alavancado pela produção de café e soja, que acabaram batendo recorde de venda, alcançando níveis históricos. Fator este que ocorreu devido ao forte crescimento da produção agropecuária que superou o pequeno desempenho da pecuária e da pesca.

A queda do Comércio

Inda adiante, durante o ano de 2020, o setor mais beneficiado com o empurrão econômico do Auxílio Emergencial foi o comércio, pincipalmente os varejistas. Entretanto, em 2021, esta classe é a que mais sofre, por ação do conjunto de restrições de beneficiários e a redução do valor das parcelas recebidas. Dessa maneira, sentindo, assim, uma série de impactos negativos de uma possível retração econômica e uma diminuição do poder aquisitivo do brasileiro.

De acordo com Fabio Benites, participante da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o aparecimento de uma nova onda da pandemia do Coronavírus deve também contribuir bastante para a redução do consumo durante todo o ano, fazendo com que a atividade econômica seja deixada de lado durante os próximos meses.

Em seguida, Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), também que ressalta que um possível endurecimento da pandemia poderia tornar o ano de 2021 um péssimo período se tratando de aspectos econômicos, já que atualmente, existe uma pequena margem financeira disponível destinada à criação de um novo programa social, tendo assim o Governo Federal um orçamento limitado.

O Consumo das famílias tem maior queda em 25 anos

Quando se trata de demanda, todos os setores sofreram déficit durante o período de 2020 quando comparados ao ano anterior. O consumo relacionado às famílias alcançou uma queda histórica e bem representativa, fato este que não ocorria desde o ano de 1996, apresentando redução de 5,5%. Redução esta, inclusive, justificada pela piora no mercado de trabalho e diminuição das oportunidades de emprego.

Além disso, outro recorde foi representado também pela queda de consumo, apresentando retração de 4,7%, sendo configurada pelo fechamento de diversos estabelecimentos, como: faculdades, museus e parques ao longo de todo ano. Os investimentos relacionados à Formação Bruta de Capital Fixo também apresentaram queda de 0,8%, encerrando a sequência de dois anos de crescimento.

É possível perceber, assim, que, nesse período de pandemia da Covid-19, as medidas de isolamento social apenas são possíveis para aqueles que possuem certa condição material regular.

Portanto, o aquecimento da economia está diretamente ligado à distribuição de renda para aquelas famílias que estavam vivenciando o cenário de pobreza ou extrema pobreza. O Auxílio Emergencial, então, possui um papel essencial tanto humanitário quanto econômico.

 

 

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