Auxílio Brasil: mais de 50% dos municípios têm mais usuários do que empregos

De acordo com levantamento do jornal Folha de São Paulo, mais da metade dos municípios do Brasil têm mais usuários do Auxílio do que carteiras assinadas

Mais da metade dos municípios brasileiros registram mais usuários do programa Auxílio Brasil do que cidadãos trabalhando de maneira formal. É o que indicam os dados de uma pesquisa realizada e publicada pelo jornal Folha de São Paulo. O levantamento levou em consideração os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério da Cidadania.

Segundo o levantamento, o Brasil conta hoje com mais de 5,4 mil municípios. Destes, estima-se que mais de 2,7 mil registrem mais usuários do programa social do que carteiras assinadas. Em tese, o trabalho formal não impede o recebimento do Auxílio Brasil, mas caso a renda per capita suba para além do permitido, o cidadão pode perder o direito de receber o saldo.

A pesquisa da Folha de São Paulo também fez o levantamento por regiões. No Nordeste, por exemplo, 94% dos municípios têm mais usuários do Auxílio do que trabalhadores. A taxa chega a bater 82% entre os municípios da região Norte. Nas demais áreas do país, os números são menores. Sudeste tem 30%, Centro-Oeste 28% e Sul 12%.

Os números já começam a gerar repercussão. Membros do Governo Federal indicam que os dados revelam uma maior atenção do poder executivo com os mais pobres. Em entrevista recente, o Ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, disse que o Planalto conseguiu elevar o tamanho do Auxílio Brasil a um outro patamar.

Por outro lado, membros da oposição fazem uma leitura diferente dos números. “O cenário é tão caótico que o número de famílias do Auxílio Brasil é maior que o de empregados com carteira em metade das cidades do país. E o programa ainda deixou de fora 8 milhões que vivem na pobreza”, disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Dados de junho

Vale lembrar que os dados usados pelo jornal Folha de São Paulo nesta pesquisa não são atuais, e levam em consideração apenas os pagamentos de junho deste ano. Na ocasião, o Governo Federal atendia pouco mais de 18 milhões de pessoas.

De lá até aqui, a situação mudou. Conforme dados do Ministério da Cidadania, mais de 2,2 milhões de brasileiros entraram na folha de pagamentos, o que pode indicar que o número total de beneficiários nos municípios também tenha subido.

De qualquer forma, também é preciso lembrar que os dados mais recentes do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE)  apontam para uma diminuição do nível de desemprego. A melhora foi registrada em 22 das 27 unidades da federação.

Auxílio Brasil

Em agosto, o Auxílio Brasil do Governo Federal começa a entrar em sua fase turbinada, ainda provocada pela aprovação da PEC dos Benefícios. Além do aumento no número de usuários, o projeto também tem uma elevação nos valores.

Segundo o Ministério da Cidadania, cada um dos mais de 20 milhões de usuários do programa deve receber um patamar mínimo de R$ 600. O novo depósito é R$ 200 maior do que o registrado em meses anteriores, quando cada um recebia R$ 400 mínimos.

Nesta sexta-feira (12), o Governo Federal está liberando os repasses para as pessoas que possuem o Número de Identificação Social (NIS) final 4. A expectativa é que as liberações continuem sendo feitas até o próximo dia 22.

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