A maioria dos usuários que recebe o Auxílio Brasil acredita que os valores pagos pelo projeto do Governo Federal são insuficientes. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Instituto Datafolha. O levantamento considerou apenas a opinião das pessoas que fazem parte da folha de pagamentos do programa social.
Além disso, o levantamento também mostra que a maioria dos usuários do projeto não pretendem considerar os valores do benefício na hora de definir o voto nas eleições deste ano. Dados do Ministério da Cidadania mostram que os cidadãos que fazem parte do programa social recebem, pelo menos, R$ 400 desde o final do ano passado.
Os dados
Você considera o valor do Auxílio Brasil…
- Menor do que o suficiente – 69%
- Suficiente – 29%
- Maior do que o suficiente – 2%
O recebimento do Auxílio tem influência no seu voto para presidente?
- Muita influência – 15%
- Um pouco de influência – 16%
- Nenhuma influência – 66%
- Não sabe – 3%
A pesquisa ouviu 2.556 pessoas entre os dias 25 e 26 de maio. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
O valor do programa
O Auxílio Brasil foi o programa criado pelo Governo Federal para substituir o antigo Bolsa Família. A versão anterior do benefício chegou ao fim em outubro do ano passado, pagando uma média de R$ 189 por família. A partir de novembro de 2021, o novo projeto social do Planalto passou a pagar um valor mínimo de R$ 400 para todos os usuários.
Na ocasião, membros do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto entraram em uma espécie de batalha de narrativas. De um lado, o Governo Federal queria um aumento dos valores para a casa dos R$ 400. Do outro, a pasta econômica afirmava que a elevação para este patamar poderia quebrar a economia do país naquele momento.
A ala mais ligada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) levou a melhor na discussão. Na época, alguns membros do Ministério da Economia chegaram a entregar os seus cargos como forma de protesto. Seja como for, os valores do Auxílio Brasil subiram para a casa dos R$ 400, assim como queria o poder executivo. Portanto, o Planalto espera colher os frutos da decisão.
Diferença nas pesquisas
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira (30) jogou ainda mais luz sobre uma preocupação do Governo Federal neste momento. Os números estariam mostrando que o presidente não estaria conseguindo recuperar popularidade entre o público mais vulnerável.
Na última semana, outro levantamento do Datafolha mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria mais de 30 pontos percentuais à frente do atual presidente Bolsonaro quando se considera apenas o público que recebe o Auxílio Brasil.
Oficialmente, membros do Governo Federal dizem que não acreditam nos dados do levantamento. Ao mesmo tempo, o Palácio do Planalto deu sinal verde para a aprovação de mais projetos sociais para os mais humildes ainda neste semestre.
Mudanças no Auxílio Brasil
De qualquer forma, mesmo diante dos dados do Datafolha, o Governo Federal não pretende realizar novas mudanças na lógica de pagamentos do Auxílio Brasil. Ao menos até segunda ordem, tudo seguirá como estava até este momento.
Segundo informações do Ministério da Cidadania, pouco mais de 18,1 milhões de brasileiros receberam a sétima rodada do benefício neste mês de maio. Os repasses, aliás, estão sendo concluídos nesta terça-feira (31).
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou a Medida Provisória (MP) do Auxílio Brasil. O texto já foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, nenhuma das regras gerais do projeto foram alteradas nesta nova lei.