Auxílio Brasil: como ficará o valor depois de 2022? - Notícias Concursos

Auxílio Brasil: como ficará o valor depois de 2022?

Orçamento do Auxílio Brasil ainda se encontra incerto e recebendo críticas.

É possível que o valor do novo programa social do Governo Federal, o Auxílio Brasil, sofra alteração de seus valores a partir do fim de 2022. Assim, o candidato à Presidência que assumir em 2023 poderá ter uma folga nos cofres públicos de R$ 46,5 bilhões. 

Isto é, para o próximo ano, o Governo Federal prevê o pagamento de um benefício temporário para conseguir alcançar o valor mínimo de R$ 400 que Bolsonaro prometeu. Contudo, a partir de 2023, o benefício deverá retornar ao valor base de R$ 217,17 para cada família que integra o Auxílio Brasil. 

Além disso, contudo, é importante lembrar que este valor complementar ainda depende da aprovação da PEC dos Precatórios. Proposta esta que flexibiliza o pagamento de dívidas judiciais da União. Nesse sentido, a medida já obteve aprovação na Câmara dos Deputados, mas ainda necessita de passar pelo Senado Federal. 

Como está o orçamento do Auxílio Brasil?

Segundo informações do Ministério da Cidadania, do orçamento total de R$ 84,7 bilhões para o Auxílio Brasil, somente R$ 38,2 bilhões são fixos. Já os R$ 46,5 bilhões restantes se destinam ao complemento que os participantes receberão até o fim de 2022. 

Assim, se o valor do programa se reduzir de R$ 400 para R$ 217,18 em 2023, os recursos complementares de R$ 46,5 bilhões irão de forma automática para outras despesas. 

Questionado sobre uma possível alteração da quantia disponibilizada pelo Auxílio Brasil ao fim do próximo ano, a pasta também se manifestou. De acordo com ela, portanto, o orçamento do programa no ano de 2023 ainda terá definição por meio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

Espaço extra para gastos

O espaço fiscal de R$ 45,6 bilhões por meio de uma possível redução dos valores do benefício a partir de 2023 poderá se direcionar para outros setores pelo governo, através da proposta do orçamento anual.

Assim, o setor econômico do Governo Federal se posicionou relatando que ainda não é possível comentar sobre o assunto. Isto é, já que a PEC dos Precatórios ainda está passando por análise do Congresso Nacional. 

Durante o mês de outubro, então, o ministro Paulo Guedes, líder do Ministério da Economia, permitiu que o setor econômico ultrapassasse o valor do teto de gastos através de alterações da PEC dos Precatórios. Esta, portanto, que vem sendo como uma das principais alternativas para a implementação e a ampliação do Auxílio Brasil. 

Contudo, de acordo com diversos especialistas do setor, a implementação do novo programa social do governo Bolsonaro poderia ocorrer sem as alterações propostas por meio da PEC. Nesse sentido, o furo do teto de gastos acabou causando uma grande instabilidade no mercado financeiro, o que impulsionou o aumento do dólar e das taxas de juros bancários. Além disso, muitos especialistas e parlamentares temem que a propostas gere um descontrole das contas públicas, o que cause uma bola de neves de dívidas. 

Assim, a gestão vem trabalhando também em um plano alternativo caso a propostas não obtenha aprovação no Congresso Nacional. Segundo informações, caso a PEC emperre no Senado a intenção do governo seria de conseguir declarar novamente estado de calamidade pública. Dessa forma, seria possível realizar uma nova extensão do Auxílio Emergencial, que se encerrou durante o mês de outubro, após o pagamento de sua sétima parcela.

Renan Calheiros classifica Auxílio Brasil como “fake”

O senador Renan Calheiros utilizou suas redes sociais durante o último domingo, 14 de novembro, para desferir críticas à PEC dos Precatórios. O governo Bolsonaro encara a medida como o principal meio para implementar o Auxílio Brasil.

No entanto, de acordo com o senador, a medida pode ser classificada como “fake” e sua implementação serve como um pretexto para substituir o Bolsa Família.

“Mentira grossa a história de que a PEC do Calote é para pagar auxílio emergencial. Nunca houve problema para ele ser pago com crédito extraordinário, fora do teto. É pretexto para eliminar o Bolsa Família e improvisar um programa fake que joga milhões de famílias na incerteza”, pontuou o senador Renan Calheiros. 

Pouco tempo depois o parlamentar apagou sua publicação, logo após reescrevendo o texto relatando que a PEC seria um pretexto para possibilitar a ampliação do chamado orçamento secreto. 

“Mentira grossa que a PEC do Calote é para pagar o Auxílio Emergencial. Ele pode ser pago com Crédito Extraordinário, fora do teto. É pretexto para acabar o Bolsa Família, jogar milhões de famílias na incerteza e ampliar o RP9. Caloteiros irresponsáveis”, reescreveu o senador.

Os cidadãos poderão ficar na incerteza?

Com o encerramento do Auxílio Emergencial durante o mês de outubro, os cidadãos que necessitam de um apoio apenas terão o Bolsa Família. Contudo, o programa emergencial do Governo Federal durante a pandemia aparava cerca de 38 milhões de pessoas, enquanto isso, deste número apenas cerca de 17 milhões pertencem ao Bolsa Família. Por esse motivo, estima-se que serão 21 milhões de cidadãos brasileiros sem nenhum suporte do governo.

Isto é, tratam-se aqui, de famílias que recebiam apenas meio salários mínimo por pessoa, ou seja, dentro de um estado de vulnerabilidade. Portanto, em um contexto de crise econômica e sanitária, estes se veem mais prejudicados.

A PEC dos Precatórios, também chamada por muitos parlamentares de PEC do Calote, já vem sendo analisada pelo Senado Federal. O governo espera conseguir aprovar a medida até o fim de novembro, o que possibilitaria o pagamento do valor de R$ 400 a partir do mês de dezembro. 

Porém, a proposta não é vista com bons olhos por muitos parlamentares, que já indicaram possíveis alterações no texto que chegou ao Senado. Caso isso ocorra, então, seria necessário que esta voltasse à Câmara dos Deputados para nova análise. Assim, isso atrasaria ainda mais a sanção da medida. 

De acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um dos pontos sensíveis da proposta é o que altera a maneira de realização do cálculo do teto de gastos.

Estados e municípios contam com benefícios

Em virtude da pandemia, muitos governos estaduais e municipais criaram auxílios para seu povo. Além disso, alguns destes mantiveram os programas mesmo com a baixa no número de casos da doença.

Desse modo, é possível chegar aos cidadãos que nunca receberam o Auxílio Emergencial e também aos que deixarão de receber. Portanto, o brasileiro vulnerável pode procurar o seu governo local para entender melhor as medidas existentes.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?