Analistas projetam INFLAÇÃO ainda MAIS ELEVADA em 2023

Analistas projetam INFLAÇÃO ainda MAIS ELEVADA em 2023

Relatório Focus traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do Brasil

As projeções para a inflação no Brasil em 2023 estão um pouco mais pessimistas. De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a taxa inflacionária deverá crescer mais que o esperado neste ano.

Em síntese, a inflação deverá encerrar este ano em 5,74%, taxa superior à projetada na semana passada (5,48%). Esse avanço reflete o pensamento dos analistas, que estão acreditando em um taxa inflacionária ainda mais intensa neste ano no país.

Aliás, o avanço é o sétimo consecutivo, o que reflete o aumento gradativo das incertezas com a manutenção da taxa inflacionária em níveis mais baixos até o final do ano. A propósito, o Banco Central (BC), responsável pelo levantamento, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta segunda-feira (30).

Vale destacar que essas projeções deixaram a taxa inflacionária ainda mais distante da meta para este ano. E isso não é um dado positivo para o Brasil, que busca uma taxa abaixo da meta da inflação, cumprindo a meta definida.

BC tenta cumprir meta da inflação no país

Todos os anos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para inflação do país. E cabe ao BC agir para cumprir essa meta, uma vez que a inflação controlada traz diversos benefícios para o Brasil. Confira abaixo alguns desses benefícios:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação brasileira, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também determina um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária. Assim, valores dentro desse intervalo indicam que a inflação foi formalmente cumprida.

Contudo, os analistas não acreditam que o Brasil cumprirá a meta. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, algo bastante negativo para a população, que sofre para comprar produtos e contratar serviços ainda mais caros que em 2022.

Inflação vem subindo desde a pandemia da covid-19

Nos últimos anos, o Brasil enfrentou a disparada da inflação. Em resumo, a pandemia da covid-19 impactou as cadeias globais de suprimentos, afetando toda a logística mundial. Com isso, a oferta ficou limitada, mas a demanda, que começou a se recuperar em 2021, sofreu com essa limitação.

O resultado disso foi o aumento expressivo dos preços de bens e serviços, uma vez que há menos produtos que o demandado. E, quanto mais elevada a inflação, maior o custo de vida da população.

O problema é que a pandemia também provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, ou seja, as pessoas não conseguiram manter os mesmo hábitos de consumo. E, com uma renda menor e uma inflação mais elevada, milhões de pessoas se viram diante de um cenário ainda mais desafiador.

Em 2022, as cadeias globais de suprimentos estavam começando a se estabilizar, mas a guerra entre Rússia e Ucrânia agravou a situação global. As pessoas viram os preços de diversos itens dispararem, principalmente o das commodities.

A inflação global só não subiu ainda mais no ano passado graças à atuação dos Bancos Centrais, que passaram a elevar os juros com mais intensidade. No Brasil, o BC elevou 12 vezes consecutivas o juro da economia entre 2021 e 2022. Com isso, a taxa Selic chegou a 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016.

Aliás, a alta dos juros ajudou a segurar a inflação no país em 2022. No entanto, os impactos de uma Selic mais elevada costumam ser vistos com maior nitidez apenas um ou dois anos após os aumentos. Por isso, a inflação do Brasil deverá perder força em 2024.

Em síntese, os analistas projetam uma taxa inflacionária de 3,90% para o ano que vem, bem abaixo dos 5,74% projetados para este ano. No entanto, vale destacar que as estimativas avançaram em relação à semana passada (3,84%), segunda alta consecutiva, o que pode ser um sinal de atenção para o mercado.

PIB brasileiro mais forte em 2023

O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nesta semana, o mercado financeiro elevou levemente as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 0,79% para 0,80%.

A saber, este é o segundo avanço consecutivo e sucede outas duas semanas de queda. Em suma, o resultado indica uma melhora tímida das perspectivas dos analistas sobre a atividade econômica do Brasil neste ano, e o mercado torce para que esses otimismo fique ainda mais forte no país.

Já para 2024, as projeções se mantiveram em 1,50%, ou seja, o PIB brasileiro deverá crescer mais expressivamente no ano que vem, uma vez que os impactos da inflação deverão estar bem menores no país.

Por fim, os analistas estimaram que a taxa Selic ficará em 12,50% ao ano em 2023. Em suma, esse indicador se refere à taxa básica de juro da economia brasileira. Já para o ano que vem, a taxa Selic deverá ficar em 9,50%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros.

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