Anáfora: pertence a classe das figuras de linguagem

Pertence a classe das figuras de linguagem

A anáfora é toda parte do texto que aponta para uma ideia anterior. Ela é um conjunto de conectivos, que tem como função a chamada reativação. Quando se cita algo em um texto e prática uma anáfora, a pessoa está apontando para trás, ou seja, está reafirmando uma informação que já foi passada.

A anáfora é a repetição da mesma palavra, que pode ter a mesma ideia ou não, no início de cada frase. Muitos confundem sua definição com o pleonasmo, porém essa figura de linguagem é a repetição da mesma ideia por meio de palavras diferentes em uma mesma frase.

Ela é bastante utilizada em obras literárias e musicais, e é considerada como uma das figuras de linguagem.

 

Exemplos de anáfora

Para facilitar a compreensão, confira alguns exemplos de como a anáfora é utilizada nos textos, diálogos e nas músicas.

“Por que estou terminando?

É porque eu pensei que lhe conhecia, mas eu estava enganada. É porque eu pensei que ainda existissem homens fieis. É porque pensei que poderia ser feliz novamente. É porque cansei de ser feita de trouxa. É porque eu prefiro ficar sozinha do que na companhia de gente falsa. É porque prefiro a solidão do que a traição. É porque não consigo mais acreditar em ninguém. É porque não aguento mais ser a última a saber das coisas.

Enfim, é porque cansei de amar a pessoa errada. É por isso que estou terminando com você!”.

Nota-se que o termo “é porque”, com o objetivo de definir a causa do término, foi utilizado de forma expressiva. Embora pareça ser excessivo, o formato cumpriu o seu objetivo na construção do discurso, que era destacar a intensidade do sentimento externado.

 

Agora, confira dois exemplos do uso da anáfora em produções culturais.

“Sem sacar que o espinho é seco.

Sem sacar que seco é ser sol.

Sem sacar que algum espinho seco secará.

Se acabar não acostumando.

Se acabar parado calado.

Se acabar baixinho chorando.

Se acabar meio abandonado”.

Segue Seco (Marisa Monte).

 

Nesse caso, os termos anafóricos são utilizados para enfatizar o sofrimento vivenciado durante a seca.

Outro exemplo similar pode ser visto na música “Índios”, da banda Legião Urbana. A repetição vista no início das estrofes demonstra a indignação de não puder realizar aquilo que tanto deseja.

“Quem me dera ao menos uma vez ter de volta todo o ouro que entreguei a quem…/

Quem me dera ao menos uma vez esquecer que acreditei que era por brincadeira…/

Quem me dera ao menos uma vez explicar o que ninguém consegue entender…/

Quem me dera ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter…/

Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante…/

Quem me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três…/ Quem me dera ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe…/

Quem me dera ao menos uma vez fazer com que o mundo saiba que seu nome…/

Quem me dera ao menos uma vez como a mais bela tribo…/”.

Outras figuras de linguagem

Metáfora

A metáfora é uma figura de linguagem que é utilizada quando se troca uma palavra ou expressão, que possua o mesmo sentido ou remeta ao que realmente a frase quer dizer.

Exemplo:

“Minha prima é uma flor.”

Nota-se que a palavra “flor” é atribuída à prima para defini-la como uma pessoa bela, delicada, entre outras características, não como uma planta.

Paradoxo

O paradoxo é definido como uma figura de ideias, que possui o objetivo de formar uma contradição intencional.

Exemplo:

“O riso é uma coisa séria.”

Hipérbole

A hipérbole é utilizada como um método de exagero, para demonstrar a intensidade de um fato.

Exemplo:

“Estou morrendo de sede.”

Onomatopeia

A onomatopeia é utilizada para indicar reprodução de sons e ruídos naturais. As palavras utilizadas nessa figura de linguagem não existem na língua portuguesa formal.

Exemplo:

tic-tac = relógio trabalhando

Antítese

A antítese é uma figura de pensamento definida através da apresentação de palavras ou termos que possuem sentidos opostos.

Exemplo:

Viver e morrer são as coisas mais naturais do mundo.

Sinestesia

A utilização da sinestesia é feita quando em uma mesma frase é utilizada dois ou mais dos sentidos humanos.

Exemplo:

“voz doce.”

Elipse

A elipse é definida quando há omissão de uma palavra, sem que haja a falta de compreensão na frase.

Exemplo:

“Na minha mesa, papéis e livros” (o verbo “haver” está oculto nesta sentença, caso contrário a frase seria: “na minha mesa há papéis e livros”).

Metonímia

A metonímia é definida quando há uma troca de termo, podendo ser caracterizado como sinônimo, mesmo não sendo, e possuem uma relação entre si.

Exemplo:

Troca do autor pela obra: ler Machado de Assis.

Aliteração

A aliteração é definida como uma figura sonora, que possui uma repetição de sons consonantais bastante parecidos.

Exemplo:

“Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres tristes”

Catacrese

A catacrese é feita quando uma palavra é utilizada fora do seu contexto original para nomear coisas que não possuem um nome definido.

Exemplo:

Dente de alho.

Personificação

A personificação, também conhecida como prosopopeia, é definida quando é utilizada para caracterizar algo irracional.

Exemplo:

Hoje o dia sorriu para mim.

Eufemismo

O eufemismo é uma figura de linguagem que é utilizada para suavizar uma expressão que possa parecer rude.

Exemplo:

Você é desprovido de beleza.

 

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