É fato que há muitos vícios de linguagem na língua falada, o que caracteriza a linguagem coloquial e resulta em alguns erros comuns na redação. Alguns deles estão tão enraizados no nosso dia a dia, que acabamos nem sabendo que são erros, o que faz com que muitos deles apareçam em textos que pedem a norma culta da língua portuguesa.
Neste texto, você verá alguns dos erros mais comuns na redação dissertativa decorrentes disso, além de alguns que ocorrem frequentemente mais relacionados ao gênero textual. A seguir, há 6 erros. Acompanhe para não cometê-los mais.
1. Uso incorreto do “onde”
O “onde” só deve ser usado para se referir a lugares — físicos ou virtuais, já que, hoje, já é aceito usá-lo quando está relacionado a redes sociais, por exemplo. Dessa forma, entendamos melhor esse erro a partir do seguinte exemplo: “O projeto de Bruno, onde ele discorre sobre mudanças climáticas, ganhou nota 10.”.
Observe que “o projeto de Bruno” não é um lugar. Nesse caso, o correto seria usar um outro pronome relativo, ficando “O projeto de Bruno, no qual ele discorre sobre mudanças climáticas, ganhou nota 10.”
2. Uso incorreto do “mesmo”
Não use o “mesmo” com função pronominal. Ele não serve para fazer referência a pronomes ou substantivos no texto, nem para substitui-los. Com certeza, você conhece aquela frase clássica “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.”. Isso mostra o quanto esse vício é comum e se enraizou na nossa sociedade.
Entretanto, não o use dessa forma em sua redação. No lugar dele, prefira os pronomes demonstrativos ou relativos, como “estes”, “esses”, “aqueles”, “que”, “na qual”, “da qual”, “a qual”, entre outros, dependendo do contexto, ou até mesmo os pronomes pessoais — “ele”, “ela” etc.
3. Sujeito preposicionado
Esse é um daqueles que as pessoas se surpreendem quando descobrem que são erros. Trata-se de situações em que o sujeito de alguma oração está atrelado à preposição que o antecede. Vamos a um exemplo: “Ela decidiu ir embora, apesar deles terem decidido ficar.”.
Note que o pronome “eles” é o sujeito da frase e está atrelado à preposição “de” da locução prepositiva “apesar de”. Nesse caso, o certo seria separá-los, ficando “Ela decidiu ir embora, apesar de eles terem decidido ficar.”. Uma dica para identificar se o pronome ou substantivo é sujeito na oração é verificar se ele é seguido de verbo.
4. Uso inadequado de conjunções
Esse erro ocorre quando uma conjunção é utilizada com o sentido de outra. Um dos exemplos mais comuns é o “contudo” com o sentido de “portanto”. Na verdade, essa conjunção é adversativa, sendo sinônimo de “porém”, “entretanto” e “mas” e não servindo para fazer uma conclusão, como a conjunção conclusiva “portanto”.
5. Generalização
Esse é um dos erros mais comuns na redação com relação ao gênero textual, que normalmente, em vestibulares e concursos, é o texto dissertativo-argumentativo. Sendo assim, deve-se tomar cuidado com as generalizações no seu texto, isto é, afirmações como “todos sofrem muito com esse problema”. A pergunta que fica é: todos quem? E qual o embasamento dessa informação?
No final das contas, acaba sendo algo sem fundamento. Por isso, o ideal é sempre especificar bem, por exemplo, o grupo de pessoas que sofre com determinado problema, ou então usar “muitas pessoas”, não esquecendo da fonte dessa informação. Nesse sentido, evite palavras como “todos”, “ninguém”, “nunca”, “sempre” e assim por diante.
6. Marcas de oralidade
Esse também tem a ver com o gênero textual, que pede formalidade. É essencial tomar cuidado com as marcas de oralidade como “né”, “aí”, “pra” ou até mesmo expressões como “correr atrás”, “enxugar gastos”, “entrar no mundo do crime”, entre outras.
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