A pandemia marcou a chegada de grandes players de streaming de vídeo no Brasil. Se em novembro de 2020 a Disney+ chegou ao País, em julho de 2021 foi a vez da HBO Max. Isso fora streamings menores, como o Star+, o streaming para “adultos” da Disney. A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil – Dezembro de 2021 mostra que a chegada de novos streamings apenas fortaleceu o crescimento do setor.
LEIA MAIS: Crise econômica aumenta popularidade de apps de pontos e cashback
Segundo a pesquisa, a proporção de brasileiros que assinam um serviço de streaming de vídeo subiu de 56% para 64% em um ano. Esse tipo de serviço tem penetração maior nas classes A e B (75%) do que nas classes C, D e E (62%), e é maior também entre os jovens de 16 a 29 anos (70%), do que entre as pessoas de 30 a 49 anos (64%) ou com 50 anos ou mais (57%).
Além disso, dois em cada três brasileiros assinam mais de um streaming. Isso acontece por causa da exclusividade dos títulos de cada marca. Para se ter uma ideia, apenas 35% dos brasileiros se restringem a um único serviço. E, no outro extremo, 20% declaram assinar quatro ou mais.
A Netflix é a preferida, assinado por 81% dos brasileiros que pagam por serviços de streaming de filmes e séries. Amazon Prime Video desponta em segundo lugar isolado (46%), enquanto Disney+ (21%) e Globplay (20%) estão tecnicamente empatados em terceiro. HBO Max vem na sequência, com 15%.
Analisando os dados demográficos e sociais dos assinantes, observam-se duas curiosidades. O Amazon Prime Video é o serviço com a maior diferença de penetração por classe social: 55% nas classes A e B, e 43%, nas demais. E o Globoplay é único serviço em que a penetração é maior entre as pessoas com 50 anos ou mais (24%), em comparação com aqueles de 16 a 29 anos (20%) e de 30 a 49 anos (19%).
Streaming de música também cresce
Já os serviços de streaming de música alcançam 37% dos brasileiros com smartphone, um avanço de cinco pontos percentuais em um ano. É interessante ressaltar que a diferença de idade pesa mais neste segmento do que no streaming de vídeo. Se neste último há uma diferença de 13 pontos percentuais na penetração de assinantes na comparação entre jovens de 16 a 29 anos e pessoas com mais de 50 anos, essa diferença sobe para 18 pontos percentuais na música: no grupo mais jovem, 47% assinam um serviço de streaming de música, contra 29% dos mais velhos.
A renda familiar mensal também pesa. Quase metade (49%) dos brasileiros com smartphone nas classes A e B assinam um serviço de música, contra 34% nas classes C, D e E. E como os catálogos musicais são muito parecidos, é incomum encontrar quem assine mais de um serviço de música. No entanto, a pesquisa diz que isso pode mudar devido aos podcasts. Como muitos deles são exclusivos de plataforma, é possível que eles puxem algum tipo de preferência.
O Spotify é o líder isolado no País, com 57% do mercado. Na sequência, aparecem Deezer, com 12%, Amazon Music (8%) e YouTube Music (7%).
Número de jogadores em smartphones diminui
De um ano para cá, houve uma queda de 13 pontos percentuais – de 66% para 53% – na proporção de brasileiros com smartphone que jogam games no dispositivo. A redução no uso de jogos móveis aconteceu em todas as faixas etárias e classes sociais, e igualmente entre homens e mulheres.
Segundo a pesquisa, uma possível explicação pode estar na retomada às ruas, com outras opções de entretenimento, ou também no avanço do uso de serviços de streaming de filmes e séries, que competem pelo tempo livre das pessoas.
A penetração continua sendo maior entre jovens de 16 a 29 anos (65%). Por classe social, a proporção de jogadores móveis é maior nas classes C, D e E (56%), por conta do preço mais acessível, em comparação com os videogames de console.
Free Fire e Candy Crush continuam sendo os games móveis mais populares do Brasil. O primeiro tem um público majoritariamente jovem e masculino, enquanto o segundo é mais velho e feminino.
Metodologia de pesquisa
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil – Dezembro de 2021 foi aplicada online entre 10 e 20 de novembro de 2021 pela Opinion Box em 2.036 brasileiros com 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. O grau de confiança é de 95%.