O WhatsApp voltou atrás na sua decisão de limitar as funcionalidades da plataforma de mensagens para os usuários que não aceitarem sua nova política de uso e privacidade. Os novos termos estão sendo utilizados desde o 15 de março e, com isso, a empresa vem anunciado as restrições.
“No momento, não há planos para exibir lembretes de maneira persistente nem limitar as funcionalidades do app”, esclareceu a companhia em um site de suporte.
No mês passado, maio, a empresa afirmou em uma publicação oficial que começaria a enviar notificações para que os usuários aceitassem a nova política de privacidade. Na ocasião, quem se recusasse a aceitar os novos termos, perderia o acesso gradativo das funções no aplicativo.
Mudanças na privacidade
As novas mudanças não estão agradando muitos usuários da plataforma, isso porque a atualização prevê o compartilhamento de mais dados com o dono do aplicativo, o Facebook.
Desta forma, dados gerados vinculados a lojas que atendem pelo aplicativo de mensagens poderão ser usados para direcionar anúncios tanto no Facebook quanto no Instagram.
Neste sentido, entre as informações que poderão ser coletadas com a nova política de privacidade, estão a carga da bateria, operadora de celular, potência do sinal da operadora e coletores para identificar a possibilidade de cruzamento de dados entre os três aplicativos da empresa.
Proteção de Dados
De acordo com autoridades brasileiras, os novos termos do WhatsApp podem violar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que se refere aos direitos dos titulares dos dados pessoais. Segundo Paulo Rená, professor de direito no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), a liberdade de poder aceitar ou não os novos termos é um grande problema.
Ainda, o professor afirma que “não há necessidade desse tratamento [de dados] para que o aplicativo continue funcionando, é uma opção comercial da empresa”. Então, o compartilhamento de novos dados não deveria ser uma regra, e sim uma opção.