Independente de onde você resida, certamente você já ouviu falar no termo Voa Brasil. Trata-se do programa do governo federal que prevê a disponibilização de passagens a R$ 200 para qualquer trecho do país. Esta quarta-feira (31) poderá ser um dia decisivo para o futuro do projeto.
De acordo com informações de bastidores, o tema será o grande mote do Palácio do Planalto hoje. Uma reunião em Brasília está marcada, e deverá contar com a presença de representantes das companhias aéreas e também dos ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e da Casa Civil, Rui Costa.
O que está em jogo
Na reunião, que não deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os diretores deverão discutir medidas de barateamento dos preços das passagens aéreas. Hoje, há uma avaliação de que os valores cobrados estão muito acima do que a grande maioria das pessoas pode pagar.
A ideia é fechar um pacote de medidas de barateamento para anunciá-las juntamente com o Voa Brasil, o programa das passagens a R$ 200. Uma das opções, por exemplo, é pedir ajuda da Petrobras para a redução dos preços do querosene, o que poderia ajudar na redução dos preços das passagens.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no entanto, não está confirmado na reunião que será realizada nesta quarta-feira (31), em Brasília.
Voa Brasil foi adiado
Vale lembrar que o lançamento do programa Voa Brasil do governo federal deverá ser adiado. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, chegou a prometer que lançaria o benefício no próximo dia 5 de fevereiro.
Mas isso não deve mais acontecer. Ainda na terça-feira (30), a assessoria do Ministério de Portos e Aeroportos confirmou que o lançamento do Voa Brasil será adiado para depois do carnaval. A informação foi enviada para vários veículos de imprensa no início da noite.
“Por questão de ajuste com a agenda do presidente, vamos ter a data após o Carnaval”, informou o comunicado, sustentando que as agendas de Lula e de Silvio Costa Filho não estão em uma mesma página neste momento.
Assim, pode-se dizer que ninguém deverá conseguir comprar passagens a R$ 200 para passear por praias do nordeste, ver a família ou mesmo curtir os tradicionais carnavais do Rio de Janeiro, do Recife, ou de Salvador, por exemplo.
O Voa Brasil
Dentro do planejamento do governo federal, a ideia é comercializar nada menos do que 6 milhões de passagens a R$ 200 durante o ano de 2024. O Ministério de Portos e Aeroportos acredita que a medida vai ajudar a promover o turismo nacional, já que mais pessoas poderiam ser atendidas.
Mas nem todo mundo vai poder participar do programa em questão. Ainda tomando como base as informações repassadas pelo ministro, poderão ter direito ao projeto:
- aposentados federais que não tenham viajado nos últimos 12 meses e que recebam até dois salários mínimos;
- alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni).
Em um segundo momento, o governo federal não descarta a possibilidade de criar uma versão internacional para o Voa Brasil.
“O aluno de escola pública que quer fazer um curso em Cambridge, em Harvard, não tem condições. Essa pode ser uma proposta que venha a surgir nesse programa. Estamos trabalhando com as companhias aéreas para fazer um belo programa”, afirmou o ministro em entrevista recente.
O ministro também vem afirmando que ainda não descarta a possibilidade de aumentar o público atendido pelo programa social, mas isso só poderá acontecer em um segundo momento. Por agora, o governo federal deverá atender apenas os grupos citados.
“O governo brasileiro não tem condições de oferecer um programa [com passagens] a R$ 200 a todo povo brasileiro. É importante deixar claro isso. Mas, dentro do esforço que está sendo feito com as companhias aéreas, estamos elencando dois segmentos muito importantes”, afirma o ministro Sílvio Costa Filho.