Uma reviravolta surpreendente abalou a Uber com uma recente decisão do sistema judiciário brasileiro. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região (TRT-2) decretou que todos os motoristas associados à plataforma devem ser oficialmente registrados em carteira.
Esta decisão representa um marco importante na discussão sobre os direitos trabalhistas dos profissionais que atuam por meio de plataformas digitais.
Além disso, a Uber foi condenada a desembolsar a quantia expressiva de R$ 1 bilhão, como indenização coletiva, referente aos anos em que os motoristas prestaram serviço sem o devido registro.
A sentença, proferida em primeira instância pelo juiz Maurício Pereira Simões, baseou-se no entendimento de que a empresa adotou estratégias deliberadas para burlar a legislação trabalhista brasileira.
Hoje, os motoristas e entregadores associados à plataforma operam sem qualquer vínculo empregatício formal com a empresa. Isso os categoriza como prestadores de serviço autônomos e não como funcionários contratados.
Consequentemente a empresa não é obrigada a oferecer uma remuneração fixa ou benefícios adicionais, como férias remuneradas, décimo terceiro salário ou contribuições previdenciárias.
Ao se cadastrarem na plataforma da Uber, os motoristas estão cientes e aceitam essas condições. Eles aceitam a responsabilidade de trabalhar dentro dos horários que desejarem, desde que não excedam um período contínuo de 12 horas.
Contudo, essa flexibilidade também implica que eles devem arcar com os riscos inerentes à profissão. Isso inclui situações como afastamentos por motivos de saúde, acidentes de trabalho ou quaisquer outros imprevistos que possam surgir durante o exercício de suas funções.
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Uber condenada em caso de negligência trabalhista: Indenização de R$ 1 Bilhão!
Como destacamos anteriormente, em decisão proferida na última semana pelo TRT-2, a Uber foi considerada culpada e condenada a pagar uma indenização bilionária. O veredito ocorreu devido à ausência de vínculo empregatício com seus motoristas.
A sentença surgiu em resposta a um Inquérito Civil Público iniciado em junho de 2016, impulsionado pela Associação dos Motoristas Autônomos de Aplicativos (AMAA).
O tribunal considerou que a Uber falhou em suas responsabilidades legais ao não estabelecer relações trabalhistas formais com os motoristas que operam em sua plataforma.
Além disso, ao determinar a indenização, o magistrado responsável pelo caso ressaltou que R$ 1 bilhão é considerada uma quantia “modesta” diante das circunstâncias apresentadas.
Segundo a empresa o faturamento com mais de 6 bilhões de viagens realizadas no território brasileiro 2014 e 2021 foi de R$ 76 bilhões.
Uma recente sentença judicial determinou ainda que todos os motoristas ativos e novos da Uber sejam formalizados com registro em carteira de trabalho.
A plataforma informa, por meio de seu site oficial, que possui cerca de 1 milhão de motoristas e entregadores parceiros atuando no Brasil. Considerando isso, analistas do setor ponderam sobre a complexidade e viabilidade econômica de registrar todos esses colaboradores.
Muitos deles acreditam que, dada a magnitude do número de profissionais, essa exigência poderia comprometer a operacionalidade e permanência da Uber no país.
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Será que os motoristas querem ser registrados?
Após a recente decisão judicial, os motoristas da Uber começaram a expressar suas opiniões acerca da possibilidade de terem seus vínculos formalizados por meio da carteira de trabalho.
Essa legalização implicaria na transformação de trabalhadores autônomos para empregados da empresa, e com isso uma série de mudanças nas relações laborais.
Ao serem registrados, estes motoristas passariam a ter obrigações mais rígidas, como cumprir horários estabelecidos e ter um compromisso mais direto com a empresa.
Além disso, poderiam estar sujeitos a um salário fixo estabelecido pela Uber, o que poderia limitar sua renda em comparação com a flexibilidade atual.
Entretanto, a formalização traz consigo uma série de vantagens em relação aos direitos trabalhistas. Entre eles, os motoristas passariam a receber benefícios como o 13º salário, ter acesso ao FGTS, contar com contribuição previdenciária.
Além de receber adicionais por horas extras trabalhadas e outros benefícios previstos na legislação brasileira para empregados com carteira assinada.
A partir dessa discussão, surge a questão: os motoristas da Uber realmente desejam esse tipo de vínculo empregatício?
De acordo com Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo (AMASP), os profissionais do setor não veem vantagens nesse novo formato.
Segundo Souza, os motoristas não têm interesse em se tornarem empregados com carteira assinada, pois pode acarretar inúmeros prejuízos com limitação da liberdade e autonomia.
O que diz a Uber sobre o caso?
A empresa se manifestou em relação ao veredito emitido pela 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, declarando sua intenção de recorrer da decisão.
Em comunicado enviado ao UOL Carros, a empresa enfatizou que não tomará nenhuma das medidas estipuladas antes que todos os recursos legais sejam completamente esgotados.
É importante esclarecer que a própria decisão determina que a formalização do registro em carteira dos associados à Uber só será obrigatória seis meses após a confirmação final da sentença.
Portanto, a empresa ressalta que essa não é uma situação iminente e só se concretizará após um longo processo legal.
Em sua defesa, a Uber ressaltou que, de acordo com o próprio juiz, não existe legislação vigente no país que regulamente o modelo de trabalho através de plataformas digitais.
Dessa forma, a empresa entende que não possui obrigação de estabelecer qualquer tipo de vínculo empregatício com seus colaboradores neste contexto.