Vendas fracas DERRUBAM confiança do comércio em novembro
Os empresários do comércio se mostraram mais pessimistas em relação à atividade econômica do Brasil em novembro deste ano. Nos últimos meses, a confiança do setor vem apresentando, predominantemente, resultados negativos, com o indicador apresentando dados mais fracos que os do final do ano passado.
Em síntese, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) encerrou 2022 em queda, e também caiu em janeiro deste ano, para o menor nível de 2023 (82,8 pontos). Contudo, o indicador se recuperou no decorrer dos meses, atingindo o patamar de 94,2 pontos em junho, maior patamar do ano.
“A confiança do comércio cai pelo terceiro mês consecutivo influenciada tanto pelas avaliações em relação ao momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses“, disse Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.
Com o acréscimo do resultado de maio, o indicador caiu para 86,5 pontos, menor patamar desde junho deste ano (94,2 pontos). A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados na última quinta-feira (29).
Vale destacar que taxas superiores a 100 pontos indicam otimismo dos empresários. Por outro lado, taxas inferiores a essa marca refletem o pessimismo do comércio. Nos últimos meses, isso acabou se intensificando, e os analistas estão preocupados com os próximos resultados do Icom.
Vendas mais fracas derrubam confiança do comércio
Em novembro, o resultado do Icom se enfraqueceu devido ao volume de vendas do comércio. Embora o cenário nacional esteja indicando uma melhora nos próximos meses, os empresários do setor não se mostraram confiantes com essa situação devido aos números abaixo do esperado das vendas do setor.
“A variação da confiança descontada dos fatores sazonais evidencia que apesar da melhora do ambiente macroeconômico e do início das vendas de fim de ano o desempenho do comércio ficou aquém do esperado para o período, com resultados positivos em apenas duas das seis principais atividades no mês“, explicou Veloso.
Indicador de situação atual cai em novembro
Em resumo, dois indicadores compõem o Icom: o Índice de Situação Atual (ISA-COM) e o Índice de Expectativas (IE-COM). Em novembro, os índices seguiram os mesmos caminhos, recuando e puxando a confiança do comércio para baixo.
A saber, o ISA-COM caiu 2,8 pontos, para 89,4 pontos, patamar mais baixo desde abril (87,4 pontos), ou seja, em sete meses. Aliás, o componente ficou ainda mais distante da faixa de 100 pontos, que marca neutralidade do Icom, após mais um recuo.
A queda foi provocada, principalmente, pelo indicador que avalia situação atual dos negócios, que caiu 4,4 pontos em novembro, para 90,6 pontos. Por sua vez, o indicador de avaliações sobre o volume de demanda atual caiu pelo quinto mês consecutivo. Com o novo recuo de 1,1 ponto, o indicador recuou para 88,4 pontos.
Cabe salientar que “o ISA-COM vem apresentando uma tendência negativa e registra queda acumulada de aproximadamente 10 pontos“, segundo o levantamento. O FGV IBRE ressaltou que 29,4% das empresas pesquisadas afirmaram que um dos fatores que vem limitando a expansão dos negócios é a demanda insuficiente.
A propósito, a parcela atingiu 20,7% das empresas nos segmentos de bens essenciais (hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis). Embora a taxa seja elevada, ela se mostrou vem mais forte entre as empresas dos demais segmentos, que tiveram um percentual é de 34,5%.
“O resultado de novembro confirma as previsões de que o cenário no quarto trimestre seria ainda desafiador para o comércio, apesar dos eventos que tendem a movimentar o setor no período“, disse Geórgia Veloso.
Componente de expectativas também recua
Da mesma forma, o IE-COM recuou em novembro, e o tombo foi bastante semelhante ao do ISA-COM, puxando ainda mais a confiança dos empresários do comércio para baixo. Em suma, o indicador caiu 2,7 pontos, para 84,0 pontos.
Nesse caso, o componente que mede as perspectivas de vendas nos próximos meses teve uma queda de 3,2 pontos, para 83,2 pontos. Já o indicador que prevê a tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 2,1 pontos, para 85,2 pontos. Ambos os resultados enfraqueceram o IE-COM no mês, puxando a confiança dos empresários do comércio para baixo.
“O enfraquecimento da demanda atual, somado às previsões pessimistas de redução nas vendas dos próximos meses, geram apreensão entre os comerciantes, que é agravada pela inversão da confiança dos consumidores nos últimos meses de 2023“, ressaltou Geórgia Veloso.