A cesta básica ficou mais barata na maioria dos locais pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em outubro, repetindo os bons resultados observados nos meses anteriores. Com isso, os brasileiros conseguiram economizar um pouco para comprar alimentos em boa parte do país no mês passado.
De acordo com o Dieese, os preços da cesta básica subiram em apenas cinco locais: Fortaleza (1,32%), Campo Grande (1,08%), Goiânia (0,81%), São Paulo (0,46%) e Rio de Janeiro (0,17%). Nestes locais, a cesta ficou mais cara, mas os avanços não foram expressivos.
Contudo, do lado das quedas, registradas por 12 locais, as variações provocaram uma grande mudança no ranking nacional, com uma nova capital assumindo o posto nacional de cesta básica mais cara do país.
Entre janeiro e junho, São Paulo teve a cesta mais salgada do Brasil. Isso mudou em julho, com Porto Alegre assumindo a posição e apresentando o maior valor do país até agosto. Já em setembro, Florianópolis ocupou a posição, mas acabou caindo para o segundo lugar em outubro, sendo ultrapassada novamente por Porto Alegre.
Qual capital teve a cesta básica mais cara em outubro?
Em outubro, as três capitais com as cestas mais caras do país tiveram valores bastante próximos, e a diferença entre foi de apenas R$ 1,08. Isso mostra que qualquer uma delas poderá assumir a liderança nacional em novembro.
Seja como for, em outubro, a cesta básica de Porto Alegre foi a mais cara do Brasil. Esse é o terceiro mês em que a capital gaúcha ocupa essa posição, para tristeza dos moradores da região.
São Paulo continua com um saldo mais elevado em 2023, já que apresentou o maior valor nos seis primeiros meses de 2023. Já Florianópolis assumiu a posição apenas em setembro.
Maiores valores do país
Veja abaixo as cestas básicas mais caras do país em outubro:
- Porto Alegre – R$ 739,21;
- Florianópolis – R$ 738,77;
- São Paulo – R$ 738,13;
- Rio de Janeiro: R$ 721,17.
Cabe salientar que as quatro capitais com as cestas básicas mais caras do país foram os únicos locais cujos valores superaram a marca de R$ 700. Em todas as demais capitais, os valores ficaram abaixo dessa faixa, com algumas delas apresentando preços até mesmo inferiores a R$ 600, para alegria dos consumidores.
Cestas mais baratas do país vêm do Nordeste
De acordo com o Dieese, a composição da cesta básica no Nordeste é diferente dos demais locais. Por isso, os menores valores do país em outubro foram registrados em capitais nordestinas, assim como ocorre todos os meses. Confira os menores valores do país no mês passado:
- Aracaju – R$ 521,96;
- João Pessoa – R$ 554,88;
- Recife – R$ 557,10;
- Salvador – R$ 563,10;
- Natal – R$ 582,12.
Entre as capitais nordestinas pesquisadas, apenas Fortaleza apresentou um valor superior a R$ 600. Na capital cearense, os consumidores tiveram que gastar R$ 648,93 para adquirir alimentos básicos em outubro, oitavo maior valor entre os locais pesquisados.
Por outro lado, Aracaju teve a cesta básica mais barata do país em todos os meses de 2023. Isso quer dizer que os moradores da capital sergipana conseguiram economizar, gastando bem menos que os consumidores do Sul do país para adquirirem alimentos básicos neste ano.
Porto Alegre x São Paulo
Embora São Paulo tenha permanecido na terceira posição em outubro, a capital continua tendo uma importância fundamental no país. Em síntese, São Paulo figura como a cidade mais populosa do Brasil, com mais de 12 milhões de habitantes, e todas as variações de preços registradas no local afetam muitas pessoas.
Em outubro, os moradores de São Paulo tiveram que trabalhar 123 horas e 1 minuto para comprarem uma cesta básica. O tempo foi superior à média nacional (107 horas e 17 minutos), ficando atrás apenas do tempo de trabalho de Porto Alegre (123 horas e 12 minutos) e Florianópolis (123 horas e 8 minutos).
No acumulado de 2023, a cesta de São Paulo ficou 6,72% mais barata, aliviando um pouco o bolso dos consumidores. Já os moradores de Porto Alegre tiveram uma redução mais tímida no período (-3,45%), bem como os consumidores de Florianópolis (-3,95%). Isso também explica a terceira posição da capital paulista, atrás da gaúcha e da catarinense.
Produtos ficam mais caros em São Paulo
O Dieese revelou que oito dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros em São Paulo no mês passado. Veja abaixo quais tiveram queda em seus valores:
- Batata: 4,97%;
- Tomate: 3,01%;
- Açúcar refinado: 2,12%;
- Manteiga: 1,71%;
- Banana: 1,64%;
- Café em pó: 1,22%;
- Arroz agulhinha: 1,08%;
- Pão francês: 0,17%.
Vale destacar a variação da batata, cujos preços subiram em todos os dez locais pesquisados em outubro. Em síntese, “as altas temperaturas e as chuvas trouxeram resultados negativos para a produção nacional de batata, reduzindo a qualidade e fazendo subir o preço no varejo“, segundo o Dieese.
Outro destaque foi o arroz agulhinha, que também ficou mais caro em todas as capitais pesquisadas. Nesse caso, o avanço foi provocado pelo aumento da demanda externa e pela desvalorização do real ante o dólar, bem como pela redução da oferta.
Em contrapartida, cinco produtos ficaram mais baratos em São Paulo em outubro, limitando a alta no preço da cesta básica. Os itens foram: feijão carioquinha (-4,42%), leite integral (-2,57%), óleo de soja (-0,81%), carne bovina de primeira (-0,57%) e farinha de trigo (-0,51%).