Veja o que disse Arthur Lira sobre projeto que limita aumento do salário mínimo
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), falou sobre a votação do projeto que altera salário mínimo
Há exatamente uma semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad divulgou o tão polêmico e esperado pacote de corte de gastos. O documento prevê uma série de mudanças no sistema econômico do país incluindo alterações nas regras do salário mínimo.
De maneira resumida, é possível afirmar que a proposta de Fernando Haddad é limitar o tamanho do aumento do salário mínimo a partir de 2025. Para a equipe econômica, essa seria uma solução possível para tentar equilibrar as contas públicas no decorrer dos próximos meses.
Entretanto, essa é uma decisão que não cabe apenas ao governo federal. Para que o pacote de corte de gastos de Haddad tenha validade e impacte de fato o seu salário mínimo, o Congresso Nacional vai precisar aprovar o documento. E essa aprovação vai ter que passar pelo presidente da casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Arthur Lira sobre o projeto que limita o aumento do salário
Uma semana depois do envio do documento ao congresso nacional, o fato é que o projeto de corte de gastos de Haddad ainda não caminhou.
Em entrevista nesta quarta-feira (4), Lira disse que o governo federal não tem os votos necessários para conseguir aprovar o documento.
“Hoje, o governo não tem votos sequer para aprovar as urgências dos PLs. A PEC, eu coloquei na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], pedi para ser extrapauta e foi retirado — a pedido do governo —, porque acho que não tinha a certeza de ter os mínimos votos para aprovar a admissibilidade da PEC na CCJ”, afirmou o deputado
“[É] um momento de muita instabilidade, de muita ansiedade, de muita turbulência interna, por causa desses acontecimentos que não são inerentes ao convívio harmônico, constitucional, de limites entre os Poderes, principalmente nas suas circunscrições do que pode ou não fazer. Você nunca vai ver um deputado julgando alguém, ou condenando alguém num tribunal, como também não deve ver nunca um juiz legislando”, acrescentou.
“Temos que tratar esse assunto [corte de gastos] com seriedade, o que não está sendo fácil. Porque tem muitas variáveis, que estão acontecendo, que não dependem só da vontade do Congresso, que não estão ajudando no encaminhamento de sensibilidade política desse momento”, declarou Arthur Lira.
Como funciona o salário mínimo hoje
Atualmente, a definição do salário mínimo considera dois pontos básicos. A inflação do ano anterior, e o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Por esse sistema, trabalhadores conseguem sempre um aumento real em comparação com o ano anterior.
Considerando a lei atual, ou seja, antes do corte de gastos, o salário mínimo passaria dos atuais de R$ 1.412 para R$ 1.520 a partir do próximo ano, segundo as projeções oficiais de economistas.
Como pode passar a funcionar depois das mudanças
Considerando que o corte de gastos apresentado por Haddad comece a funcionar, este sistema não seria necessariamente alterado. O governo vai continuar tomando como base o PIB e a inflação do ano anterior para definir o valor do piso.
Contudo, o aumento contará com uma limitação de 2,5% acima da inflação. Imagine, por exemplo, que o PIB seja de 3% ao ano. Neste caso, o reajuste do salário não seria de 3%, mas de 2,5%.
Por esta lógica, o salário mínimo subiria dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.515 em 2025. Estamos falando, portanto, de uma diferença de R$ 6 em comparação com os números anteriores.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar sobre a questão da valorização do salário mínimo. De acordo com o presidente, o valor definido pelo governo seguirá sendo elevado de maneira real assim como aconteceu entre os anos de 2023 e 2024.
“A gente se mantém numa situação boa, o emprego está crescendo, o salário está crescendo, a massa salarial está crescendo. O desemprego está caindo e a inflação está totalmente equilibrada. Esse é um dado muita importante, porque toda vez que alguém fala de inflação eu fico muito preocupado”, disse o presidente.