O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (7) a edição mais recente do relatório Focus. A publicação traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, e os dados das últimas semanas estão bastante positivos.
Em resumo, os analistas do mercado financeiro estão mais otimistas em relação ao desempenho da atividade econômica brasileira neste ano. As novas projeções para a inflação do Brasil em 2023 se mantiveram estáveis nesta semana, em 4,84%.
Nas últimas 12 semanas, as estimativas para a taxa inflacionária recuaram em dez delas, enquanto se manteve estável nas duas restantes. Aliás, esta foi apenas a quinta semana em 2023 que os analistas projetaram uma inflação menor que 5,00%. Em todo o primeiro semestre, as estimativas superaram essa faixa.
Em resumo, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente, e o mercado fica atento a esses dados para atualizar as previsões.
Nos últimos meses, a desaceleração da inflação fez os analistas reduzirem as projeções em relação a 2023. Em suma, a taxa inflacionária perdeu força com mais intensidade desde a entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras., em meados de maio.
A saber, a companhia anunciou a mudança em sua política de preços em meados de maio. Além disso, a Petrobras também anunciou a redução dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia, como consequência da mudança da política de preços.
Desde então, a empresa ainda reduziu mais duas vezes o preço da gasolina e uma vez o do gás de cozinha. Isso ajudou os analistas a reduzirem as suas projeções para a inflação, uma vez que os combustíveis exercem um grande impacto na taxa inflacionária do país.
Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam acima da meta para este ano. No entanto, a taxa nunca havia chegado tão perto da inflação quanto dessa vez.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,25%.
Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais do que deveriam mais uma vez.
O Conselho Monetário Nacional, que define a mata inflacionária do país, é composto por:
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado elevou levemente as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 2,24% para 2,26%.
A decisão da Petrobras também ajudou a impulsionar as estimativas para o PIB brasileiro em 2023. Ainda assim, o crescimento do PIB do Brasil deverá ser menor que o registrado no ano passado. Já para 2024, as projeções se mantiveram estáveis, em 1,30%.
Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024, em relação aos últimos anos, por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são presentes em todo o mundo.
Os analistas ainda reduziram as estimativas para a taxa Selic, de 12,00% para 11,75% neste ano. Na semana passada, o BC promoveu o primeiro corte na taxa de juros em três anos. Inclusive, a redução foi mais forte que o esperado, de 0,50 ponto percentual.
Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,00%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.