A cesta básica ficou mais cara na maioria dos locais pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em dezembro. Isso quer dizer que os brasileiros tiveram que gastar mais para comprar alimentos no último mês de 2023 em boa parte do país.
De acordo com o Dieese, os preços da cesta básica subiram em 13 das 17 capitais pesquisadas em dezembro. O maior avanço foi registrado em Brasília (4,67%), assim como aconteceu em novembro. Em seguida, ficaram Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). Os demais avanços oscilaram entre 0,10% e 2,60%.
No mês passado, apenas quatro locais registraram queda nos preços da cesta básica: Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%), ou seja, apenas capitais nordestinas. No mês anterior, os recuos também haviam se concentrado no Nordeste do país.
Qual capital teve a cesta básica mais cara em dezembro?
Nos seis primeiros meses de 2023, São Paulo teve a cesta mais cara do Brasil. Isso mudou em julho, com Porto Alegre assumindo a posição e apresentando o maior valor do país até outubro. Nesse período, a capital gaúcha perdeu a liderança apenas em setembro, para Florianópolis.
Em novembro, São Paulo voltou à liderança, após quatro meses. Entretanto, a capital paulista perdeu novamente o posto em dezembro, caindo para a segunda posição. E quem voltou ao primeiro lugar do ranking, com a cesta básica mais cara do Brasil, foi Porto Alegre.
Em 2023, o preço da cesta básica subiu 0,12% em Porto Alegre, na comparação com o ano anterior. Aliás, apenas dois locais encerraram o ano passado com uma cesta mais cara que em 2022: Porto Alegre e Belém (0,94%). Contudo, ambos os avanços foram bem leves.
Maiores valores do país
Em novembro, Porto Alegre havia caído para o terceiro local. No entanto, o forte avanço dos preços observado em dezembro fez a capital gaúcha retornar ao primeiro lugar, para tristeza dos moradores locais.
Veja abaixo as cestas básicas mais caras do país em dezembro:
- Porto Alegre – R$ 766,53;
- São Paulo – R$ 761,01;
- Florianópolis – R$ 758,50;
- Rio de Janeiro: R$ 738,61.
Cabe salientar que as quatro capitais com as cestas básicas mais caras do país foram os únicos locais cujos valores superaram a marca de R$ 700. Em todas as demais capitais, os valores ficaram abaixo dessa faixa, com algumas delas apresentando preços até mesmo inferiores a R$ 600.
Veja mais detalhes dos preços em Porto Alegre
Em Porto Alegre, o preço do feijão preto subiu 8,98% em dezembro, na comparação com o mês anterior. O grão ficou mais caro em todos os locais pesquisados devido ao fim da colheita, que reduziu a oferta do item no varejo nacional.
Esse avanço impulsionou a alta mensal no valor da cesta básica de Porto Alegre. Aliás, outros alimentos também ficaram mais caros em dezembro na capital gaúcha, como leite, batata e arroz agulhinha.
No caso do leite, a menor oferta pressionou os preços, enquanto a batata ficou mais salgada por causa das chuvas e do final da colheita. Já os preços do arroz subiram devido ao aumento da demanda, tanto interna quanto externa, e à instabilidade climática, que prejudicou a produção e reduziu a oferta do grão.
Vale destacar que os trabalhadores que moravam em Porto Alegre em dezembro precisaram trabalhar 127 horas e 46 minutos para adquirir uma cesta básica. O número ficou bem maior que a média nacional (109 horas e 3 minutos).
Inclusive, ao comparar com Aracaju, que teve a cesta mais barata do país, a diferença chegou a 41 horas e 33 minutos, visto que, na capital sergipana, o tempo de trabalho totalizou 86 horas e 13 minutos.
Cestas mais baratas do país vêm do Nordeste
De acordo com o Dieese, a composição da cesta básica no Nordeste é diferente dos demais locais. Por isso, os menores valores do país em outubro foram registrados em capitais nordestinas, assim como ocorre todos os meses. Confira os menores valores do país no mês passado:
- Aracaju – R$ 517,26;
- Recife – R$ 538,08;
- João Pessoa – R$ 542,30;
- Natal – R$ 556,06;
- Salvador – R$ 560,81.
Entre as capitais nordestinas pesquisadas, apenas Fortaleza apresentou um valor superior a R$ 600. Na capital cearense, os consumidores tiveram que gastar R$ 630,38 para adquirir alimentos básicos em dezembro, valor superior apenas às demais capitais nordestinas.
Por outro lado, Aracaju teve a cesta básica mais barata do país em todos os meses de 2023. Isso quer dizer que os moradores da capital sergipana conseguiram economizar, gastando bem menos que os consumidores do Sul do país para adquirirem alimentos básicos neste ano.