Logo nos seis meses de 2021 o valor médio do aluguel relacionado a residências acumulou uma elevação de 0,77%, segundo dados coletados pelo índice FipeZap. Todas as principais cidades do Brasil registraram aumento do aluguel inferior à inflação, que está na casa dos 3,77%, menos Curitiba e Florianópolis que registraram uma alta de +7,12% e +3,78% respectivamente.
O Rio de Janeiro registrou uma alta pequena de 0,77% e São Paulo uma queda de 1,91%. Segundo o especialista André Braz do IBRE/FGV, esse aumento abaixo da inflação ou queda registrada na maioria das capitais está relacionado ao aumento do poder de permuta da população, isso se deve pelo aumento de lugares sem habitação.
“Com a pandemia, muitas pessoas perderam emprego ou tiveram diminuição de renda, então, muitos foram morar com parentes ou foram para outras cidades, com isso, a taxa de vacância dos imóveis aumenta”, afirma Braz.
A alta acumulada dos últimos 12 meses (0,11%) é ainda menor do que a registrada no primeiro semestre do ano, no mesmo período a inflação permaneceu em 8,35%. As únicas exceções registradas no país foram a cidade de São Paulo e de Porto Alegre que registraram uma diminuição, -4,76% e -3,10% respectivamente, as demais cidades registraram um aumento no preço médio do aluguel.
De acordo com o Índice FipeZap, o valor médio do metro quadrado nas 10 cidades analisadas, de imóveis comerciais anunciados para venda foi de R$ 8.396. Já a média do metro quadrado para imóveis anunciados para locação foi de R$ 37,35.
Entre todas as cidades monitoradas pelo índice, São Paulo capital se destacou com o maior valor médio, tanto para venda, quanto para a locação de imóveis e salas comerciais. Ademais, o valor médio do metro quadrado, em todo o Brasil foi de R$ 30,68
Entenda o Índice FipeZap Comercial
O Índice FipeZap Comercial é resultado de uma parceria entre a Fipe o portal ZAP que ocorre desde 2010. O indicador faz um acompanhamento da evolução e alterações nos valores do mercado imobiliário brasileiro e atualmente, é uma das principais fontes de informação do setor.
O índice é realizado a partir de um levantamento mensal, onde são coletados milhões de anúncios de venda e locação, tanto para imóveis residenciais quanto comerciais. Após a coleta de dados, são calculados os valores representativos de cada uma das cidades contempladas.
Qual a tendência no valor do aluguel?
Para André Braz, com a retomada do emprego e da renda que sofreu uma enorme queda durante a pandemia de Covid-19, a tendência é que haja um equilíbrio no mercado. Portanto, os recuos no valor do aluguel devem diminuir.
O mestre em economia ainda disse acreditar na possibilidade do mercado criar um novo índice específico para a regulação dos valores do aluguel. “O IPCA não é vantajoso para o proprietário, porque ele deixa de lucrar com a fonte de renda do aluguel. O IGP-M é alto demais, o que inviabiliza as negociações. Eu aposto em um índice específico para o setor” afirmou Braz.