Sem doses e insumos suficientes, a vacinação contra covid-19 no Brasil, na melhor das hipóteses, deve terminar no segundo trimestre de 2022, segundo previsão do Ministério da Saúde divulgada em nota para o portal UOL.
Não existem datas concretas com cada etapa do Plano Nacional de Imunização e o comunicado enviado pelo ministério usa muito a palavra “depende”, de acordo com o portal de notícias.
Na segunda-feira (18), a incerteza sobre o calendário de vacinação no Brasil fez com que Ricardo Lewandovski, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), pedisse para que o Ministério da Saúde apresentasse um cronograma para a campanha de imunização.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBlm), Juarez Cunha, acha provável que o Brasil comece 2022 sem terminado a campanha de vacinação contra covid-19.
“É muito ambicioso a gente pensar que teremos vacina e teremos insumos suficientes para vacinar toda a população. Tomara que isso seja viável, mas os cenários são muito incertos para a gente fazer qualquer previsão. O início da campanha já nos mostra a dificuldade que a gente está tendo inclusive para colocar em prática a estratégia prevista inicialmente.”, disse Juarez.
Vacinas contra covid-19 aprovadas no Brasil, mas faltam dosesi
Hoje, apesar de ter já ter iniciado a imunização em diversos estados e contar com duas vacinas contra covid-19 aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Brasil possuí apenas 6 milhões de doses prontas — todas da CoronaVac — autorizadas para uso emergencial.
O imunizante fabricado pela Sinovac Biotech e de responsabilidade do Instituto Butantan no Brasil foi autorizado pela Anvisa, entretanto, tal aprovação diz respeito apenas as doses trazidas prontas da China. Com isso, o Butantan fez um novo pedido de uso emergencial, agora para as 4,8 milhões de doses envasadas em território nacional.
A vacina de Oxford, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e de responsabilidade da Fiocruz no Brasil, também teve o uso emergencial aprovado pela Anvisa. Devido ao imbróglio diplomático entre Brasil e Índia, ainda não foi possível importar as 2 milhões de doses prontas do imunizante fabricado pelo Instituto Serum no país asiático.
O atraso na chegada dos insumos vindos da China obrigou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) a alterar a data de início da fabricação da vacina no Brasil — antes prevista para 20 de janeiro para o começo de março. Os insumos para o envasamento de mais doses da CoronaVac pelo Instituto Butantan também são originários da China, país da fabricante Sinovac Biotech, registram atraso na chegada ao Brasil.