Vacina de Oxford é a 1ª a confirmar que reduz transmissão do coronavírus, aponta estudo
A vacina de Oxford pode ser capaz de reduzir a transmissão do novo coronavírus em até 67,6%, de acordo com resultados preliminares de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford divulgado nesta terça (02). Os dados estão sendo analisados por outros cientistas para publicação na “The Lancet”, uma das revistas científicas mais importantes do mundo.
O imunizante desenvolvido em parceria com a farmacêutica AstraZeneca é o primeiro a revelar potencial para reduzir a taxa de transmissão do coronavírus. Pela primeira vez, um estudo de fase 3 de uma vacina contra Covid-19 levou em conta os pacientes assintomáticos da doença. Com esse dado os pesquisadores conseguiram medir a capacidade de redução da transmissão.
O estudo analisou dados de 17.177 voluntários de três lugares diferentes (Reino Unido, África do Sul e Brasil). Desse total, 8.597 tomaram a vacina de Oxford e 8.580 formaram o grupo de controle que recebeu placebo.
Entre os 17.177 voluntários, 507 testaram positivo para Covid-19 ao fazer um exame do tipo PCR. O dado engloba os casos assintomáticos da doença, pois uma pessoa pode testar positivo, carregar o coronavírus e não manifestar sintomas. Dos 507 positivos, 161 haviam sido vacinados, o que corresponde a 1,9% do total de voluntários. Os outros 346 infectados tomaram placebo e equivalem a 4%.
Em geral, o número de casos positivos no grupo vacinado teve redução de 54,1% em relação ao grupo que não tomou a vacina de Oxford. Já o grupo que recebeu meia dose após tomar a dose padrão da vacina registrou queda de 67,6% nos casos de Covid-19, levando em conta os assintomáticos.
O Ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, considerou os resultados “absolutamente excelentes”.
“Agora sabemos que a vacina Oxford também reduz a transmissão e que nos ajudará a sair dessa pandemia”, disse MattHancock.
Vacina de Oxford tem eficácia de 76%
Além de reduzir a transmissão do coronavírus, a vacina de Oxford registrou eficácia de 76% três semanas após a primeira dose, aponta o mesmo estudo da Universidade de Oxford. A taxa de eficácia é ainda maior, 82,4%, cerca de 90 dias após a segunda dose.
Os resultados desse novo estudo são melhores que os apresentados anteriormente, quando a eficácia da vacina de Oxford ficou na casa de 54,9% com a segunda dose aplicada um mês e meio depois da primeira. Em dezembro de 2020, especialistas britânicos chegaram a informar que a eficácia da vacina era de 70%, mas o dado não chegou a ser divulgado oficialmente.