Depois de várias tentativas frustradas de acordo por um reajuste salarial, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram iniciar uma greve geral no país. De acordo com as informações oficiais, a movimentação prevista deve ser iniciada já a partir dessa quarta-feira (10).
Conforme sindicatos envolvidos na decisão, a medida deve atingir tanto quem trabalha de forma presencial, ou seja, nas agências físicas, como também aqueles empregados que estão atuando em Home Office.
O impacto da greve do INSS
De acordo com a representantes dos servidores, ainda não está claro qual será o tamanho da adesão a essa greve. Este é um ponto importante, porque o tamanho da adesão vai definir qual será o impacto direto para as pessoas que precisam do INSS nesse momento.
De todo modo, já é possível afirmar que uma possível paralisação deve afetar a análise e concessão de benefícios como:
- aposentadorias e pensões e BPC (Benefício de Prestação Continuada);
- recursos e revisões;
- atendimentos presenciais (exceto perícia médica);
- pente-fino em auxílios.
O que diz o INSS
Por meio de nota, o INSS disse que não tem informação de agências fechadas em relação ao atendimento aos segurados nesta quarta-feira (10). Além disso, a autarquia afirma que todos os canais remotos de atendimento seguem em funcionamento.
Entre outros pontos, o INSS afirma que o segurado pode acessar naturalmente o aplicativo ou site do Meu INSS para resolver pendências. Além disso, também podem entrar em contato com autarquia através da Central Telefônica 135, que funciona das 7h às 22h.
O que diz o sindicato
Já o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo afirmou que já enviou um ofício para notificar o governo sobre a greve dos servidores. Além disso, eles afirmam que na próxima sexta-feira (12) haverá uma reunião sobre o comando da greve.
Vale lembrar que os servidores já estavam em uma espécie de “operação apagão”. Este sistema estava travando parte dos atendimentos nas terças e quintas-feiras, como forma de alerta ao governo federal.
“Saímos da última reunião com o governo sem uma sinalização de nova reunião. O governo de fato não negociou, disse não a todas as nossas pautas, inclusive as que não são de cunho financeiro. Estamos abertos ao diálogo! Mas sem sinalização do governo até agora. Os eixos principais da greve não são financeiros e versam já do acordo de greve firmado em 2022 e não cumprido até agora”, diz a diretora do Sinsprev/SP, Thaize Chagas Antunes.
O que desejam os servidores
Os servidores do INSS pedem uma série de pontos ao governo federal. O principal deles é um reajuste salarial. Mas para além disso, eles também pedem para que a carreira de técnico do Seguro Social seja considerada uma carreira de estado.
Em entrevista, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse que as demandas da categoria são legítimas. Mas ele também frisou que ainda não se sabe se o poder executivo poderá atender as demandas financeiras dos servidores.
Na negociação, o governo ofereceu um aumento de 9%, mas só a partir de janeiro de 2025, e outro de 5% a partir de abril de 2026. Para além disso, eles também ofereceram alongamento da carreira de 17 para 20 padrões. Os servidores não aceitaram essas ofertas.
Problema para o governo federal
Fato é que o governo federal poderá enfrentar uma greve do INSS justamente em um momento em que o poder executivo planeja iniciar um super pente-fino em benefícios previdenciários. Caso a greve seja realmente tirada do papel, é possível que essas avaliações sejam impactadas.
Ao menos até aqui, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem o ministro da Previdência, Carlos Lupi, se manifestaram sobre a possibilidade de greve do INSS.