O índice de atividades turísticas do Brasil cresceu 1,5% em setembro deste ano, em comparação com o mês anterior. A alta eliminou o recuo registrado em agosto (-1,4%), fortalecendo o turismo brasileiro.
Com o acréscimo desse resultado, o índice de atividades turísticas se distanciou ainda mais do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. O segmento de turismo está 4,5% acima do patamar pré-pandemia, diferença que estava em 4,2% em agosto.
Por falar na crise sanitária, o setor turístico sofreu fortes perdas nos últimos anos. Em síntese, a crise sanitária afundou o turismo em todo o mundo devido ao incentivo ao distanciamento social e às restrições às viagens, medidas que visavam evitar a disseminação do coronavírus.
Em 2022, o índice de atividades turísticas do Brasil cresceu 29,9% em relação a 2021, refletindo a recuperação do turismo nacional. Aliás, o desempenho surpreendeu os analistas, que não esperavam uma alta tão significativa assim.
A melhora do quadro sanitário e o fim das restrições fortaleceram a busca dos consumidores por viagens e pacotes turísticos em todo o país.
Estados registram alta do turismo em setembro
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Em setembro, o índice de atividades turísticas cresceu devido às altas registradas em cinco dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O avanço foi expressivo, apesar de apenas cinco estados terem registrado taxas positivas no mês. Isso aconteceu porque as quedas não exerceram muita influência na taxa nacional.
Confira abaixo os estados que tiveram os principais avanços em setembro:
- Rio de Janeiro: 9,7%;
- Minas Gerais: 2,1%;
- Santa Catarina: 6,2%.
Por outro lado, os impactos negativos mais intensos, que limitaram um pouco do crescimento registrado no mês, vieram do Ceará (-1,7%), Rio Grande do Sul (-0,6%) e Distrito Federal (-0,7%).
Turismo se aproxima do recorde histórico
A saber, o turismo brasileiro ficou abaixo do patamar pré-pandemia por quase dois anos, até novembro de 2022. Entretanto, conseguiu superar essa marca em dezembro do ano passado, e vem se mantendo acima dela desde então.
Embora tenha eliminado todas as perdas acumuladas na pandemia, o índice de atividades turísticas continua abaixo do patamar mais alto já observado na série, mas a distância não é muito grande.
A propósito, o indicador está 2,9% abaixo do ponto mais alto já registrado, alcançado em fevereiro de 2014. Em agosto, a distância era de 3,1%, ou seja, o avanço registrado em setembro aproximou o indicador do recorde histórico.
Vale destacar que a queda do turismo brasileiro em agosto aconteceu principalmente por causa da retração do segmento de alojamento e alimentação, enfraquecido pelo pós-férias de julho. Já em setembro, o avanço aconteceu, em grande parte, por causa da fraca base comparativa.
Turismo cresce 6,4% em um ano
Além de ter avançado em relação ao mês anterior, o IBGE ressaltou que o índice de atividades turísticas também cresceu na comparação anual, e de maneira ainda mais expressiva. Em resumo, o turismo brasileiro avançou 6,4% em relação a setembro de 2022, 30ª taxa positiva consecutiva.
O crescimento anual vem ocorrendo desde abril de 2021, principalmente por causa da base comparativa mais fraca. Isso porque a pandemia foi decretada em março de 2020 e, a partir daquele mês, derrubou os dados não só do turismo mundial, mas também do nacional.
Como a pandemia afetou diretamente o índice de atividades turísticas, todos os dados se enfraqueceram, principalmente a partir de abril 2020. Dessa forma, o indicador passou a registrar avanços significativos em relação ao mesmo período do ano anterior em 2021, e vem mantendo essas taxas positivas até hoje.
Em relação a setembro de 2022, o índice de atividades turísticas cresceu graças ao avanço registrado em nove dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O avanço foi expressivo, apesar de algumas taxas negativas, pois as altas exerceram grande influência na taxa nacional.
A alta mais importante também veio de Rio de Janeiro (23,2%), seguido por Minas Gerais (17,1%), Bahia (17,1%) e Paraná (13,4%). Por outro lado, os únicos impactos negativos vieram de Pernambuco (-4,6%), Ceará (-6,9%) e Distrito Federal (-2,8%).
Turismo acumula forte alta em 2023
O indicador de turismo do IBGE também acumulou uma forte alta de 7,9% entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022. O resultado foi impulsionado por empresas dos seguintes ramos:
- Locação de automóveis;
- Restaurantes;
- Hotéis;
- Agências de viagens;
- Serviços de bufê;
- Transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Nesse caso, todos os 12 locais pesquisados registraram crescimento em suas taxas, com destaque para São Paulo (6,3%), Rio de Janeiro (11,8%), Minas Gerais (17,5%), Bahia (13,9%) e Paraná (12,9%).