Triste notícia. Os motoristas do Brasil ficaram preocupados com a notícia mais recente sobre os preços da gasolina. Isso porque, tanto o etanol hidratado quanto o diesel ficaram mais baratos no país na última semana. Contudo, a gasolina seguiu o caminho inverso e voltou a ficar mais cara nos postos.
De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina subiu 0,36%, passando de R$ 5,48 para R$ 5,50 o litro. Esse é o primeiro avanço após quatro semanas de queda, período em que o combustível ficou apenas nove centavos mais barato.
Os recuos não conseguiram eliminar grande parte da forte alta de 6,10% registrada no início de março. Em duas semanas, o litro da gasolina ficou 49 centavos mais caro no país devido à retomada da cobrança do PIS/Cofins (impostos) sobre a gasolina e o etanol.
Isso mostra que as quatro semanas de queda, que sucederam a disparada nos preços, não fizeram muita diferença para no bolso dos motoristas, até porque eles continuaram pagando caro para abastecer seus veículos.
Gasolina fica mais cara nas regiões brasileiras
A propósito, a ANP coleta os preços em mais de cinco mil postos de combustíveis do país e divulga uma média nacional para os seus valores, bem como preços regionais e estaduais.
Nesta atualização, o valor da gasolina subiu em três regiões brasileiras: Nordeste (+1,08%), Norte (+0,52%), Sudeste (+0,19%).
Já no Centro-Oeste e no Sul os preços se mantiveram estáveis. Com isso, os preços médios da gasolina chegaram aos seguintes patamares:
- Norte: R$ 5,78;
- Nordeste: R$ 5,63;
- Sul: R$ 5,52;
- Centro-Oeste: R$ 5,43;
- Sudeste: R$ 5,35.
Vale destacar que o preço médio de produção e importação, sem tributos, foi bem menor em todas as regiões. Os valores variaram entre R$ 3,37, no Nordeste, e R$ 4,05, no Norte.
Em outras palavras, os consumidores pagam bem mais caro para abastecerem seus veículos no país. Isso acontece porque existem outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis nas bombas.
Gasolina mais cara do país supera R$ 6,00
Nesta semana, o preço da gasolina subiu em 13 das 27 unidades federativas (UFs), com destaque para Alagoas (+4,81%), Maranhão (+4,59%), Bahia (+1,75%) e Tocantins (+1,59%). Os demais avanços foram mais tímidos.
Por outro lado, o combustível ficou mais barato em nove UFs, mas os recuos não se mostraram muito significativos. Em outros cinco estados a gasolina se manteve estável: Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Roraima e São Paulo.
Com o acréscimo destes resultados, vários estados tiveram preços acima da média nacional, com alguns deles comercializando o combustível a mais de R$ 6,00. Veja abaixo os estados com os maiores preços médios da gasolina no país:
- Amazonas: R$ 6,27;
- Acre: R$ 6,02;
- Roraima: R$ 6,08;
- Rondônia: R$ 6,00;
- Ceará: R$ 5,87;
- Rio Grande do Norte: R$ 5,87.
Em contrapartida, os locais com os menores valores do país foram:
- Amapá: R$ 5,11;
- Mato Grosso do Sul: R$ 5,11;
- Minas Gerais: R$ 5,26;
- Paraíba: R$ 5,30;
- São Paulo: R$ 5,31.
Vale destacar que, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina deveria ficar 25 centavos mais caro nos postos do país com a retomada da cobrança dos impostos federais.
No entanto, o valor médio do combustível subiu 40 centavos desde a retomada da cobrança do PIS/Cofins, no início de março. Isso mostra que há margem para novas quedas no preço da gasolina no país nas próximas semanas.
O problema é que o novo avanço já preocupa os motoristas, que temem novas elevações.
Gasolina encarece outros produtos
As variações nos preços da gasolina podem até ser acompanhadas apenas pelos motoristas do país. Entretanto, vale destacar que o encarecimento dos combustíveis não afeta apenas os brasileiros que possuem veículo, mas impacta diversos setores econômicos do país.
Em síntese, as pessoas que utilizam transporte público podem ter que pagar mais caro pelo serviço. Como os veículos utilizam combustíveis para se locomoverem, as empresas do setor tendem a aumentar as tarifas para cobrir os gastos extras com a gasolina.
Na agricultura, acontece a mesma coisa. A maioria dos veículos agrícolas também utiliza combustíveis fósseis, como a gasolina, para operar. Dessa forma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar os custos de produção dos agricultores, resultando na alta dos preços dos alimentos, que afeta toda a população.
Além disso, muitas empresas da indústria dependem de transporte rodoviário para movimentar seus produtos. Assim, o encarecimento dos combustíveis também poderá aumentar os custos com transporte, impulsionando os valores finais dos produtos, pagos pelos consumidores do país.
Por falar nisso, a logística também será impactada pela gasolina mais cara. Em suma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar o custo de transporte de mercadorias, encarecendo o preço de diversos produtos para os brasileiros.