Telegram chega a 60% dos smartphones de brasileiros

App de mensagens ainda está longe do WhatsApp, mas seu uso aumentou 15 pontos percentuais em um ano

O Telegram aumentou sua base de usuários no Brasil em 15 pontos percentuais em um ano, chegando a 60% dos smartphones de brasileiros. O resultado foi apontado pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Mensageria no Brasil. No entanto, o aplicativo ainda está muito longe do WhatsApp, que está em 99% dos smartphones de brasileiros.

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O app é mais presente nos smartphones de homens (63%) que de mulheres (57%); e de pessoas das classes A e B (70%) que da classes C, D e E (57%). Na análise por faixa etária, o Telegram está instalado em 63% dos aparelhos de jovens de 16 a 29 anos e de pessoas de 30 a 49 anos. No grupo a partir de 50 anos, 50% têm o app em seu celular. 

O Telegram também perde para o WhatsApp em engajamento, já que somente 25% abrem o app todos os dias. No caso do mensageiro verde, 85% o usam todos os dias. 

A seu favor, o Telegram tem seus canais, uma espécie de grupo com quantidade ilimitada de usuários em que apenas administradores podem postar. Normalmente, é usado por influenciadores para compartilhar conteúdo. Dois terços das pessoas que têm o Telegram instalado estão inscritos em algum canal. 

Messenger perde participação e Instagram vira canal de vendas 

A base do Messenger caiu mais um pouco no Brasil e app agora está instalado em 71% dos smartphones. Na pesquisa feita cinco meses antes, o índice era de 76%. Quem resiste a desinstalá-lo são pessoas acima de 50 anos (75%) e gente das classes C, D e E (72%). Entre os jovens de 16 a 29 anos, a penetração do Messenger agora é de 68%. 

O engajamento no Messenger também está diminuindo. A base de usuários que abre o app todo dia caiu de 21% para 19% em seis meses. No mesmo intervalo, houve redução no uso de todos os recursos de comunicação do Messenger monitorados por esta pesquisa. A seguir, três exemplos: a proporção de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) do mensageiro que realizam chamadas de áudio nele caiu de 25% para 20%; aquela que troca imagens baixou de 50% para 45%; e a que se comunica com marcas passou de 55% para 51%. 

Já o Instagram fortaleceu sua posição como um app de marketing e 59% de seus usuários se comunicam com marcas através do Direct. O hábito é mais comum entre mulheres (65%) que entre homens (53%). Dentre os que se comunicam com marcas pelo Instagram, os propósitos mais comuns das conversas são: tirar dúvidas/pedir informações (80%); comprar produtos e serviços (66%); receber promoções (66%); e receber suporte técnico (51%). 

Signal e outras formas de comunicação 

Assim como o Telegram, o Signal apareceu como uma opção de mensageiro no começo do ano passado, quando o WhatsApp recebeu uma enxurrada de críticas por conta da sua nova política de privacidade. Mas sua base não mudou de um ano para cá: continua sendo de 12% dos smartphones nacionais. 

Além disso, o Signal começa a dar sinais de enfraquecimento no engajamento. A proporção de usuários que abrem o app todo dia ou quase todo dia caiu de 39% para 34% em seis meses. No mesmo intervalo, foram registradas quedas expressivas no uso de praticamente todos os seus recursos de comunicação. A troca de mensagens de texto despencou 14 pontos percentuais, de 62% para 48% da sua base de usuários, por exemplo. 

Uma tecnologia que surge para comunicação é o RCS (Rich Communications Services), tido como a evolução do SMS. Trata-se de um padrão de mensageria nativo das operadoras móveis que permite estabelecer uma conversa multimídia com experiência similar àquela dos apps de mensageria, com a possibilidade de troca de imagens, vídeos e áudios. 

As três principais operadoras móveis brasileiras já implementaram o RCS e lançaram ofertas de preço para mensagens A2P. Mas o serviço ainda não engrenou porque depende da atualização dos apps de SMS nos smartphones Android. Além disso, o RCS não funciona em iPhones. 

Até agora, 29% dos usuários brasileiros afirmam que já receberam um “SMS com imagem, vídeo ou áudio dentro da mensagem”. Cerca da metade (51%) disseram que nunca receberam e 20% não se lembram. 

O SMS, por sua vez, continua sendo utilizado principalmente para o envio de notificações por empresas aos seus consumidores, mas não para conversas entre pessoas.

Metodologia da pesquisa 

A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Mensageria no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Nesta edição foram entrevistados 2.107 brasileiros com mais de 16 anos de idade que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo. 

As entrevistas foram feitas on-line entre 12 e 20 de janeiro de 2022. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

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