SHEIN entra no programa "Remessa Conforme"; saiba mais

SHEIN entra no programa “Remessa Conforme”; veja como isso afeta suas compras

A Receita Federal informou nesta quinta-feira (14) que a Shein passou a fazer parte do programa Remessa Conforme. Com isso, o fisco agora tem acesso às informações de 67% do volume das remessas feitas do exterior para o Brasil.

Em resumo, houve a publicação no Diário Oficial da União da entrada da Shein no programa, revelando que a plataforma de comércio eletrônico passou a ser certificada para vender com isenção de impostos em compras online de até 50 dólares, que atualmente equivale a R$ 245.

Como isso afeta os consumidores do Brasil?

Na prática, as vendas realizadas pela Shein que não ultrapassem a marca de 50 dólares não terão que pagar o imposto de importação. Além disso, a alíquota da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) caiu para 17%. A saber, os envios internacionais feitos por empresas que não participam do programa Remessa Conforme são taxados com alíquotas de 60%.

Os brasileiros que compram pela Shein poderão ficar tranquilos em relação ao pagamento de impostos, contanto que as compras não custem mais de 50 dólares. Assim, o risco de ter que pagar qualquer taxa para liberar o produto não acontecerá mais com a empresa.

Adesão da Shein ao Remessa Conforme impacta consumidores do país
Adesão da Shein ao Remessa Conforme impacta consumidores do país. Imagem: Getty Images.

Veja quais empresas participam do Remessa Conforme

Atualmente, três empresas fazem parte do programa Remessa Conforme. Veja abaixo quais são:

  1. Sinerlog: recebeu a certificação no dia 22 de agosto;
  2. Alibaba (para compras no site AliExpress): recebeu a certificação no dia 30 de agosto;
  3. Shein: recebeu a certificação no dia 14 de setembro.

De acordo com a Receita, 123 milhões de volumes foram remessados do exterior para o Brasil entre janeiro e julho de 2023. Desse montante, 83 milhões chegaram ao país por meio de operadores de transporte que prestam serviços às empresas já certificadas, o que representa 67,5% do total.

O que muda para a Shein e o governo?

Em suma, a adesão da Shein ao programa Remessa Conforme facilita no recolhimento dos impostos, que acontecerá de maneira antecipada, beneficiando o governo. Ao mesmo tempo, os impostos ficam reduzidos para a empresa, beneficiando a Shein.

Em outras palavras, os produtos enviados pela plataforma de comércio eletrônico entrará no Brasil com mais facilidade, uma vez que a Receita Federal terá acesso às informações relacionadas aos produtos antes mesmo deles chegarem ao país.

Além disso, os consumidores também serão beneficiados com a adesão da Shein ao programa. Isso porque, em tese, os objetos considerados de baixo risco terão uma liberação imediata para entrega, após o escaneamento. Dessa forma, a entrega deverá acontecer de forma mais rápida, promovendo redução dos custos logísticos, afirma o governo federal.

Para que tudo isso ocorra sem problemas, a Shein precisará se adequar às normas estabelecidas pela Receita Federal para envio de remessas do exterior para o Brasil.

Entenda a taxação de compras internacionais

Há alguns meses, o governo Lula informou que as compras internacionais de até 50 dólares, que eram isentas de impostos, passariam a pagar taxas de importação. Esse anúncio gerou uma onda de críticas e comentários negativos dos brasileiros, que não queriam pagar mais caro pelos produtos comprados em plataformas de comércio virtual.

Em síntese, o governo decidiu acabar com a isenção porque o Ministério da Fazenda estava suspeitando que empresas asiáticas, como Shein, Shopee e AliExpress, vinham aproveitando a brecha para enviarem produtos como pessoas físicas, livrando-se dos impostos.

A propósito, existe uma lei no Brasil que isenta produtos importados de impostos de importação, contanto que tenham valor de até US$ 50, mas apenas para envios realizados de pessoa física para pessoa física.

De acordo com as investigações, as ações das empresas de comércio eletrônico permitiam a venda de produtos mais baratos que seus concorrentes, concentrando uma parcela maior de consumidores. Assim, empresas nacionais estavam perdendo cada vez mais espaço para estrangeiras. O problema é que estas empresas não produzem nada no país, nem geram emprego.

Para tentar reverter esse quadro, o Ministério da Fazenda propôs acabar com a isenção para as pessoas físicas. Dessa forma, as empresas, como a Shein, não teriam outra opção, a não ser pagar os impostos. Contudo, a decisão foi muito mal recebida pela população.

Com a repercussão negativa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro Fernando Haddad para desistir da ideia. Por isso, os produtos importados que tenham um valor de até US$ 50 continuam isentos de impostos no país, ao menos por enquanto.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?