O mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo que busca a conscientização e prevenção do suicídio.
Segundo a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), todos os anos, estima-se que 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior tenta suicídio.
No Brasil, segundo um levantamento do Boletim Epidemiológico de Tentativos e Óbitos por suicídio, revela que cerca de 11 mil indivíduos tiram a vida por ano.
O estudo detectou também o aumento na taxa entre 2011 e 2015, assim como um crescimento nas lesões autoprovocadas — 69% das tentativas acontecem entre pessoas do sexo feminino ante 31% em indivíduos do sexo masculino, e os meios mais utilizados são envenenamento e intoxicação.
Mesmo os homens sendo minoria nas tentativas, são maioria no número de vítimas fatais, por utilizarem métodos mais letais, como uso de armas de fogo e enforcamento.
“Hoje em dia, percebemos um movimento maior nas redes sociais, plataformas digitais e imprensa, mas ainda é pouco. Precisamos abrir as portas e estabelecer um diálogo mais aberto sobre este tema. É urgente quebrar este tabu e falar sobre suicídio.” – comenta Dr. Claudio Cohen, psiquiatra credenciado Omint, professor Associado da Faculdade de Medicina da USP.
Suicídio e trabalho
A ligação entre o suicídio e ambiente corporativo é complexa. Para se ter uma ideia entre 2003 e 2010, nos Estados Unidos, segundo o American Journal of Preventive Medicine, 1.719 pessoas cometeram suicídio no trabalho.
Alguns fatores estão ligados ao suicídio no trabalho, como por exemplo:
- Lesões por esforço repetitivo (LER),
- Dores crônicas,
- Depressão,
- Assédio,
- Síndrome de burnout e até medo do desemprego podem levar o indivíduo a um ato extremo, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente.
“Depressão é tratável e o suicídio pode ser prevenido. Devemos alertar as empresas sobre a importância do atendimento primário aos funcionários e, também, sobre a importância da promoção de um ambiente de trabalho saudável, seja ele presencial ou remoto. É urgente a criação de programas privados e políticas públicas robustas que fortaleçam a pauta.” – afirma Cohen.
Como identificar e lidar com fatores instigantes no ambiente de trabalho?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o contato inicial com uma pessoa suicida ocorre em clínicas, em casa ou no ambiente de trabalho.
Ainda segundo a OMS, os sinais que merecem atenção são comportamentos que denotam sofrimento emocional intenso, como por exemplo:
- Quadros de depressão;
- Comportamentos afastados e instáveis;
- Mudanças drásticas de humor sem motivos aparentes;
- Desesperança;
- Avisos verbais que impliquem uma busca inconsciente de ajuda;
- Entre outros.
Para prevenir o suicídio, a Organização Mundial da Saúde explica que o primeiro passo é achar um lugar adequado onde uma conversa tranquila possa ser mantida com privacidade razoável e tempo necessário.
“Conseguir estabelecer o primeiro contato e ouvir é, por si só, o maior passo para reduzir o nível de desespero suicida. O objetivo é preencher uma lacuna criada pela desconfiança, desespero e dar à pessoa a esperança de que as coisas podem mudar para melhor. Além disso e se possível, encaminhar a pessoa para um profissional de saúde mental ou a um médico para o atendimento primário, dentro ou fora da empresa, é fundamental.” – explica Dr. Claudio Cohen.
A empresa Omint desenvolveu e aplica desde 2015 o Programa de Saúde Emocional nas empresas, apoiando os RHs a propagarem a prevenção da saúde mental aos seus colaboradores, através do processo de fortalecimento da saúde emocional, buscando a conscientização dos fatores e níveis de estresse na vida dos funcionários e como combatê-los.
Através da ótica de que a saúde compreende o bem-estar físico, mental e social das pessoas, a Omint, busca identificar casos que necessitam de acompanhamento específico e busca desmistificar a saúde mental para as pessoas nos ambientes de trabalho, demonstrando o quanto ela gera um impacto direto na produtividade e bem-estar de todos.
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