De acordo com dados do Serasa, mais de 70 milhões de cidadãos brasileiros se encontram com dívidas. Assim, com o objetivo de diminuir este número, o Ministério da Fazenda, pasta de Fernando Haddad, anunciou uma nova parceria entre Governo Federal e Serasa.
Segundo Haddad, portanto, a gestão irá lançar um novo programa social chamado Desenrola. Desse modo, a iniciativa terá o objetivo de auxiliar cidadãos para conseguirem quitar suas dívidas.
A intenção do governo é de elaborar uma ferramenta digital. Isto é, a fim de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica que possuem dívidas em empresas do varejo.
Nesse sentido, a pasta responsável pela coordenação do novo programa divulgou que possui um orçamento de R$ 15 bilhões para a ação.
Recentemente, o líder do Ministério da Fazenda divulgou que a proposta que regulamenta a medida já se encontra na Casa Civil. Contudo, o Governo Federal ainda não comentou acerca de maiores informações, como uma possível data de lançamento, por exemplo.
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Além disso, o programa está com atrasos de lançamento, deixando muitos brasileiros esperando.
Programa Desenrola tem atraso em seu lançamento
Recentemente, o secretário do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, falou sobre o programa Desenrola em entrevista. O programa, então, deverá possibilitar que cidadãos em situação de vulnerabilidade socioeconômica possam negocias suas dívidas. No entanto, ele vem enfrentando atraso em razão de problemas técnicos.
De acordo com o secretário, o programa se trata de uma ação de grande complexidade. Nesse sentido, ele ainda necessita da implementação de um sistema para começar a funcionar de forma correta.
“A principal questão é a tecnologia da informação. Não é só o sistema da plataforma, mas a conexão, os mecanismos que bancos e credores terão que desenvolver para se conectar a essa plataforma”, frisou o integrante do Ministério da Fazenda.
O programa buscará fazer com que as pessoas consigam ter acesso a linhas de crédito com uma taxa de juros mais baixa.
“A plataforma vai ligar os credores, que podem ser companhias de varejo, pequenos varejistas, sem restrição aos bancos e devedores. O critério vai ser quem oferecer o maior desconto”, pontua o secretário.
Além disso, é importante lembrar que a iniciativa se trata de um compromisso eleitoral. Isto é, visto que, ao longo da campanha eleitoral, o presidente Lula prometeu que iria facilitar a negociação de dívidas de pessoas com dívidas de até R$ 4 mil.
“Hoje temos 80% da sociedade endividada. É por isso que anunciamos que vamos renegociar essas dívidas. Muita gente deve água, luz. Vamos dar um jeito de renegociar as dívidas para as pessoas voltarem a comprar”, afirmou Lula.
Febraban apoia criação do Desenrola
Durante o último mês, a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, divulgou que apoia a criação do programa Desenrola, ferramenta para a negociação de dívidas de cidadãos inadimplentes.
“O programa cumpre o papel essencial no momento delicado das finanças das famílias brasileiras, ao procurar reduzir dívidas da maior quantidade possível de pessoas. Acreditamos que, por meio do Desenrola, o crédito, um dos principais motores de crescimento de uma economia, possa ser concedido com responsabilidade e dentro das necessidades dos tomadores”, destacou a entidade por meio de nota.
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Assim, o programa se mostra de forma positiva no mercado.
A cada dez brasileiros quatro tinham dívidas em abril
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) publicou um levantamento no último dia 22 de maio. Assim, se acordo com o documento, a cada dez cidadãos brasileiros adultos, quatro estavam inadimplentes durante o mês de abril deste ano.
No decorrer do mês, portanto, mais de 66 milhões de pessoas possuíam alguma dívida em atraso no país. Isto é, um crescimento de 8,08% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o levantamento da entidade, cada cidadão que se encontra em situação de inadimplência possui uma dívida média de cerca de R$ 4 mil.
A especialista financeira da CNDL, Merula Borges, destaca que a situação enfrentada pela economia durante a pandemia de covid-19 teve grande impacto no orçamento de diversas famílias brasileiras. Desse modo, muitas delas não tiveram condições de manter o pagamento de débitos anteriores, tendo que deixar algumas contas de lado.
“A gente teve a inflação, especialmente dos alimentos, por muito tempo na casa dos dois dígitos. Para as famílias de renda mais baixa, isso tem um impacto significativo, já que elas têm os alimentos como uma parte grande do orçamento. Acabam priorizando alimentos, coisas mais de urgência no dia a dia e aquelas outras contas ficam a pagar”, pontua.
No país, o setor que possui o maior número de dívidas é o dos bancos, alcançando a marca de 63,76%. Logo em segundo lugar surge o comércio e depois os setores de luz e água.
Ademais, a entidade frisa que normalmente os bancos costumam sempre aparecer em primeiro lugar nesta lista, já que se trata de um dos maiores financiadores de dívidas.
“De repente, a pessoa ao invés de deixar a conta de energia sem pagar, paga no cartão de crédito e acaba rolando essa dívida mais para frente, e aí a dívida fica com o banco, mas o motivo foi outro. A dívida, lá na inadimplência, acaba sendo com o banco, mas o que gerou essa dívida foi um outro fator”, destaca a especialista Merula Borges.
Como acabar com essas dívidas?
Especialistas do setor econômico sempre alertam sobre a importância do consumidor realizar o mapeamento de suas dívidas. Assim, o ideal é dar preferência às que apresentam uma taxa de juros mais alta, como no caso do cheque especial e do cartão de crédito.
Outro caminho para encerrar as dívidas também pode ser o contato com a empresa credora para a realização de uma negociação sobre o pagamento dos valores devidos.
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“Que elas busquem renegociar a dívida, mas a partir do momento em que elas têm algum valor para dar. Cerca de 74% dos entrevistados acabam não cumprindo o acordo que é feito. Já que essa renegociação, é feita também com juros em cima de juros, então não adianta renegociar e não conseguir arcar com os parcelamentos depois”, afirma Merula Borges.