Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal em janeiro deste ano deveria ser de R$5.997,14.
Este valor é 4,95 vezes maior do que o piso nacional vigente, que em 2022 subiu para R$1.212. Apesar do aumento do valor do salário mínimo, o valor ainda não apresenta ganho real para os trabalhadores brasileiros.
O salário mínimo ideal é calculado utilizando como base o preço da cesta básica mais cara no mês e as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas. Foi utilizado o valor da cesta básica de São Paulo, que custa R$713,86.
A pesquisa entende como necessidades básicas os gastos com higiene, lazer, alimentação, previdência, transporte, moradia, saúde e educação. Em dezembro de 2021, o piso salarial ainda não havia sofrido reajuste, estando em R$1.100, para este mês, o cálculo do salário mínimo ideal, realizado pelo Dieese, foi de pouco mais de R$5.800.
De acordo com o Dieese, “o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo”.
O preço da cesta básica também subiu em janeiro
O Dieese realiza sua pesquisa cotando os preços de cestas básicas em 17 capitais brasileiras. Segundo o último levantamento, o valor das mesmas subiu em 16 dessas capitais, influenciando na elevação do valor do salário mínimo ideal.
Na pesquisa realizada, as capitais que apresentaram as maiores altas no preço da cesta básica foram: Brasília, com alta de 6,36%, seguido por Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
Já quando consideramos o preço do produto, as cestas básicas mais caras foram encontradas em São Paulo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).
O estudo também analisa as altas acumuladas durante um período de 12 meses. De acordo com o Dieese, as maiores altas acumuladas foram encontradas nas cidades de Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).
Ainda considerando a variação no preço das cestas básicas no período de 12 meses, as capitais que mostraram menores variações no preço do produto foram Florianópolis, com variação de 6,79% e Belo Horizonte com 6,85%.
Quais itens da cesta básica apresentaram maiores aumentos
Em São Paulo, dez produtos apresentaram alta nos valores de mercado considerando a passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022: Café em pó (17,91%), banana (15,96%), batata (7,52%), tomate (7,11%), pão francês (1,96%), óleo de soja (1,87%), farinha de trigo (1,39%), carne bovina de primeira (0,36%), manteiga (0,35%) e açúcar refinado (0,24%).
Os aumentos nos preços das cestas básicas e, consequentemente, no cálculo do salário mínimo ideal foram puxados principalmente pelo café em pó, açúcar, óleo de soja, batata e tomate. Todos os produtos citados fazem parte da dieta da grande maioria dos brasileiros.