Segundo Dieese, salário mínimo ideal de agosto deveria ter sido de R$6.390 (Entenda!)

Valores devem ser suficientes para uma família durante um mês

De acordo com um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal de agosto deste ano deveria ter sido de R$6.390. Todavia, esses são os valores necessários para que uma família de quatro pessoas possa viver com dignidade durante um mês.

A princípio, a quantia apontada pelo estudo é igual a 4,84 vezes o piso salarial praticado atualmente no país. O salário mínimo foi reajustado pelo Governo Federal recentemente e passou de R$1.302 para R$1.320. Houve uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando os valores estavam em R$6.298,91.

O salário mínimo ideal do ano passado é menor que o deste ano. Contudo, houve uma redução, visto que na época, o piso salarial praticado em todo território nacional era de R$1.212. Portanto, os R$6.298,91 equivalem a 5,20 vezes o valor vigente no período. De qualquer maneira, a diferença é bastante expressiva.

Analogamente, para chegar ao resultado, o Dieese leva em consideração os valores negociados para os alimentos básicos de 17 capitais do país e a Constituição Brasileira. Ela afirma que o salário mínimo deve ser o bastante para que o trabalhador pague suas despesas junto a sua família no período de um mês.

Salário mínimo ideal

Em síntese, as despesas que o trabalhador possui junto a sua família são bastante diversas. Podemos destacar os gastos com a alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, transporte, higiene, lazer e previdência. Segundo o levantamento, no mês de agosto, a cesta básica recuou em 16 das 17 capitais.

A cesta básica é uma parte relevante do orçamento familiar, visto que é um conjunto de produtos utilizados por uma família durante o período de um mês. Em Natal, ela teve a maior queda nos valores negociados, de -5,29%. Em Brasília, no mês de agosto, houve um aumento de preços, com um índice na casa dos 0,35%.

Ademais, o trabalhador brasileiro, para ter condições de comprar a cesta básica, no caso de ganhar um salário mínimo, precisa de 109 horas e 1 minuto de trabalho para poder arcar com seu custo. Houve uma redução neste tempo em relação ao mesmo período do ano passado, quando era de cerca de 119 horas e 8 minutos.

Salário mínimo e cesta básica
Salário mínimo e cesta básica/Fonte: pixabay

Redução de preços no país

Um dos componentes essenciais das cesta básica, o leite integral, teve uma redução de seus valores negociados em todas as capitais do levantamento do Dieese. Aliás, em Porto Alegre, por exemplo, houve uma queda de -5,61%. No Rio De janeiro, o produto também ficou mais barato, com um recuo nos preços de -0,28%.

De acordo com o Dieese, o leite integral ficou mais barato em todo o país devido ao fato de que houve um aumento exponencial de sua oferta no campo, além de uma maior importação e uma redução da demanda nacional. Neste cenário, a batata e o feijão carioca também apresentaram no levantamento, uma redução de preços.

Dessa maneira, houve uma queda nos valores negociados em todas as capitais pesquisadas, como consequência de uma colheita dos últimos com ótimos resultados, influenciando diretamente nos preços destes produtos, nos supermercados. No entanto, o arroz ficou mais caro em 12 capitais do país.

Vale ressaltar que o arroz é um produto tradicional na mesa dos brasileiros, presente em toda cesta básica. Segundo o Dieese, o aumento dos preços se deve, em grande parte, ao fato de que o grão teve um maior volume de exportação durante agosto, reduzindo expressivamente sua oferta em território nacional.

Reajuste do salário mínimo

Dessa forma, o Governo Federal mudou recentemente o cálculo sobre o reajuste do salário mínimo que passa a considerar não apenas a inflação do ano anterior, mas também o PIB dos últimos dois anos. O objetivo principal é o de oferecer ao trabalhador brasileiro um ganho real, aumentando seu poder de compra.

Em conclusão, há também uma preocupação com a pressão inflacioária no país. Para conter o aumento de preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, utilzia a taxa de juros básica, Selic aumentado-a quando houver necessidade. entretanto, o remédio pode ser amargo pois reduz o desenvolvimento econômico.

Variação de preço mensal da cesta básica nas capitais

  • Porto Alegre: R$ 760,59 (-2,13%)
  • São Paulo: R$ 748,47 (-2,79%)
  • Florianópolis: R$ 743,94 (-0,36%)
  • Rio de Janeiro: R$ 722,78 (-2,08%)
  • Campo Grande: R$ 691,70 (-0,95%)
  • Brasília: R$ 689,98 (+0,35%)
  • Curitiba: R$ 685,13 (-0,75%)
  • Vitória: R$ 660,88 (-2,03%)
  • Belo Horizonte: R$ 646,02 (-1,04%)
  • Fortaleza: R$ 642,68 (-2,85%)
  • Goiânia: R$ 641,53 (-2,46%)
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