O Pix foi lançado em 2020 pelo Banco Central, e se tornou um dos principais meios de pagamento no Brasil. Segundo dados de um relatório divulgado nesta segunda-feira (4) pelo BC, mais de 551 milhões de chaves foram cadastradas até dezembro de 2022. Sendo assim, esse número equivale a 77% da população adulta do país, e 67% das empresas que possuem relações com bancos.
Além disso, os dados do relatório mostram que até dezembro de 2022, 11,9 milhões de empresas haviam realizado pelo menos uma transação via Pix. No período de novembro de 2020 até dezembro do ano passado, as transações entre CPFs e CNPJs saltaram de 5% do total para 24%, o que mostra um crescimento da ferramenta nos negócios.
De acordo com Renato Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, os cartões de crédito e débito ainda são mais utilizados, porém o Pix auxilia na diminuição de despesas nos pagamentos, tanto para empresas quanto para os consumidores. Para Gomes, o propósito da ferramenta é de diminuir as cédulas em circulação. “Um grande custo para toda a sociedade”, afirmou.
Renato Gomes também disse que o Pix ajuda as empresas a economizarem e obterem mais eficiência, principalmente no setor de varejo, que representa 23% do total. “O pagamento com QR Code se popularizou, e isso foi muito importante, pois traz conveniência na boca do caixa”, completou.
Mais informações sobre o Pix
O valor médio de transações Pix entre pessoas físicas e jurídicas ficou em R$ 194 no final de 2022, sendo bem menor do que a média de transações entre pessoas físicas, que ficou em R$ 257 no mesmo período.
Com relação aos setores do comércio, os que mais utilizaram o Pix foram o varejista (23%), de alimentação (8%) e serviços de escritório e apoio administrativo (7%). Na opinião de Arthur Igreja, especialista em tecnologia, inovação e tendências, a ferramenta de transferências instantâneas se tornou essencial para o varejo, principalmente em compras de pequenos valores, até R$ 100.
Além disso, Igreja concordou com o diretor do BC, no sentido de que o Pix reduz os custos, também encurtando os prazos de recebimento e aumentando a possibilidade de negociação entre consumidor e comerciante. “O Pix tirou essa fricção e, por isso, foi tão adotado no varejo e se tornou essencial. Ainda há o aspecto da instantaneidade, de poder mostrar o comprovante na hora”, afirmou.
Transferências offline
O relatório do Banco Central também divulgou que, em breve, o Pix poderá ser feito sem o dispositivo do usuário estar conectado à internet, facilitando o pagamento em pedágios, transporte público, entre outras situações.
De acordo com o documento: “O uso de novas tecnologias que tornam a experiência de pagamento ainda mais rápida pode ser benéfico principalmente em alguns casos de uso específicos, como pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e transporte público”.
Atualmente, transferências via Pix não podem ser realizadas de maneira offline. Para o BC, a ferramenta “tem potencial de ampliar o acesso e dar mais comodidade ao usuário, estimulando novas dinâmicas de uso e a substituição de meios de pagamento menos eficientes”. A Instituição financeira também informou o desenvolvimento do Pix Automático, que permitirá o débito automático de contas recorrentes, mediante autorização do usuário.