Atenção, brasileiros! No momento, o Governo Federal já está realizando a previsão do valor do salário mínimo de 2023. A estimativa atual é que o piso nacional para o próximo ano sofra um acréscimo de R$90, ou seja, passará dos R$1.212 atuais para o valor de R$1.302.
No dia 31 de agosto, o texto com a proposta foi enviada ao Congresso Nacional. O novo valor do salário mínimo foi apresentado na Lei Orçamentária Anual (LOA), entregue aos parlamentares.
Segundo consta no documento, o valor do salário mínimo de 2023 refere-se apenas a correção relacionada a inflação, medida com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Apesar das variações, que aumentam constantemente, uma alta da inflação de 7,41% está sendo projetada para este ano. Vale lembrar, contudo, que a quantia pode ser alterada até o começo de 2023, quando a inflação deste ano estará definida.
A princípio, com a correção do salário mínimo segundo o percentual do INPC, o Governo Federal indica que não vai dar aumento real para os brasileiros. Na verdade, o aumento do salário é apenas uma reposição pela inflação. Isso significa que os trabalhadores apenas não perderão o poder de compra.
É como se o aumento do salário servisse apenas para compensar a capacidade de compra que o brasileiro tem. Na prática, o cidadão não vai deixar de conseguir comprar o que já comprava, mas também não vai poder aumentar mais seu poder de compra.
Até 2019, o piso recebia um ganho real, em razão de que não era corrigido apenas pela inflação. Na época, o cálculo do se realizava com base no PIB de dois anos anteriores e a inflação relativa ao INPC.
O reajuste no salário mínimo de 2023 não influencia apenas na vida dos trabalhadores assalariados, mas também impactam no valor dos benefícios concedidos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Outros setores impactados com a correção do piso nacional é o seguro-desemprego, abono salarial do PIS/Pasep e Benefício da Prestação Continuada (BCP-Loas).
Também pago pelo INSS, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) concede mensalmente um benefício igual ao piso nacional aos cidadãos de baixa renda que são deficientes ou que tenham idade superior a 65 anos.
O seguro-desemprego é um auxílio pago aos trabalhadores demitidos sem justa causa. O valor mínimo disponibilizado é equivalente ao salário mínimo em vigência, por isto há uma correção monetária quando o piso é reajustado.
O benefício pode ser pago entre 3 a 5 parcelas, a depender da quantidade de vezes que o cidadão já solicitou o auxílio. Além disso, o valor distribuído considera a média dos três últimos salários recebidos pelo trabalhador.
Diferente do item anterior, o abono salarial PIS/Pasep concede, no máximo, um benefício no valor de um salário mínimo. A liberação ocorre quando o trabalhador exerce suas atividades durantes os 12 meses no ano-base.
Quando o período de trabalho for inferior aos 12 meses, o cidadão receberá um benefício proporcional ao tempo laboral. Neste caso, basta dividir o valor do piso nacional em 12, e considerar que cada parcela corresponde a um mês do ano. Depois, some cada uma de acordo com a quantidade de meses trabalhados.
O salário mínimo vigente, ou seja, de 2022, é equivalente a R$ 1.212. O valor foi estabelecido com base no INPC apurado em 2021, que totalizou 10,02%. O valor representa uma evolução não muito significativa do piso no decorrer dos anos. Veja abaixo:
Como o próprio nome já diz, o poder de compra é a capacidade que o cidadão tem de comprar algo. Ao elevar o salário apenas de acordo com a obrigação constitucional de repor tal poder, o Governo apenas mantém o sistema atual.
Assim, o cidadão vai ter o aumento nos seus rendimentos, mas ele basicamente não vai sentir nenhuma diferença, já que o valor adicional serve apenas para acompanhar a elevação da inflação. Ele não ganhará nada além deste patamar.
Para ilustrar com uma situação ainda mais prática, podemos dizer que o trabalhador vai receber o aumento, mas não sentirá nada porque os produtos também estão mais caros. Assim, a elevação servirá apenas para que ele continue comprando aquilo que já comprava antes.
É neste contexto que se afirma que o aumento com base na inflação, não é um aumento real do salário mínimo. Afinal de contas, o cidadão não terá o poder de comprar mais do que aquilo que ele já comprava anteriormente.