O Banco Central (BC), uma autarquia do governo federal, estuda lançar o Real Digital. Quando? Daqui “dois ou três anos” , disse Fabio Araújo do BC e responsável por coordenar os estudos a cerca da nova moeda. As informações goram foram concedidas em live para o Brasil Econômico.
Mas será que isso seria o fim do dinheiro impresso? Engana-se quem pensa isso, Araújo diz que, na verdade, o Real Digital seria uma possibilidade do mercado financeiro, um incentivo e não fim de qualquer sistema ou impressão de dinheiro.
“É importante que o BC dê opções de pagamento digital para as pessoas, mas não há nenhuma intenção de extinguir o real físico. Nosso objetivo é que seja cada vez mais fácil e mais natural para as pessoas, de modo que o papel deixe de ser necessário”, explicou.
A tendência de redução de papel já é uma realidade, dados do Banco Central de junho apontam que enquanto o papel moeda em circulação era de R$ 283 bilhões, os depósitos a vista atingiam R$ 333 bilhões.
O Real Digital vai impactar a inflação?
De acordo com Araújo, não. Isso porque o dinheiro seria apenas uma extensão do real e não uma nova moeda, por exemplo. “A gestão da inflação é feita através das métricas de liquidez da economia, e a CBDC (Moeda digital do Banco Central, na sigla em inglês) só será mais um dos mecanismos financeiros sem impacto real no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”, disse.
O Real Digital não é uma moeda de investimento, mas apenas dinheiro não impresso. A possibilidade do seu lançamento está em diminuir a quantidade necessárias de notas impressas e em circulação.
Moedas como o Bitcoin não é uma intenção neste momento do Banco Central. “O Bitcoin é visto pelo BC como um ativo especulativo de alta volatilidade. Não temos nenhuma intenção de fazer contratos denominados em Bitcoin, mas também não temos a intenção de proibir que as pessoas tenham a moeda na carteira”, conta Araújo.
“As pessoas só tem que ter consciência do risco que elas estão assumindo ao comprar a criptomoeda. Para nós é como aceitar ações da Apple como pagamento, não é um ativo ideal para fazer compra e venda”, conclui.