O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Os dados mantiveram a trajetória positiva, iniciada em março, crescendo em relação à projeção anterior, após o IBGE iniciar o ano com estimativas menos animadoras.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 308,9 milhões de toneladas neste ano.
A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 307,3 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita cresceram 0,5% em relação a junho, variação que corresponde a 1,6 milhão de toneladas.
Já na comparação com a safra obtida em 2022, a colheita neste ano terá um crescimento de 17,4%. Este percentual representa um aumento de 45,7 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.
Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.
Produções de soja e milho também devem bater recorde
Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 148,8 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 24,5% na comparação com a safra de 2022. Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que tornaram enfraqueceram a base de comparação.
“A recuperação da produtividade das lavouras na maior parte do País, na comparação com a média alcançada em 2022, foi o principal fator responsável por esse aumento“, explicou o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 125,2 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 28,1 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 97,1 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma forte alta de 13,7% em relação à colheita de 2022.
Segundo Carlos Barradas, explicou que os resultados estão mais positivos graças à melhora da colheita em quase todos os estados. “À exceção do Rio Grande do Sul, que sofreu com mais um ano de forte estiagem, as lavouras nas demais unidades da federação apresentaram boas condições de produção“, disse.
Inclusive, o pesquisador lembrou que, apesar da forte estiagem no estado gaúcho, que afetou a colheita local, os problemas no clima não foram tão graves quanto em 2022.
Trigo também deve se destacar em 2023
O IBGE revelou que a colheita do trigo também deverá ser recorde em 2023. Em síntese, a estimativa para a produção do grão chegou a 10,8 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 1,2% em relação às projeções anteriores do IBGE e de 7,1% na comparação com 2022.
No ano passado, o Brasil colheu a maior safra de trigo da história, e está prestes a bater um novo recorde caso as condições climáticas se mantenham favoráveis nos últimos meses deste ano. A saber, a produção nacional de trigo vem crescendo nos últimos tempos devido a forte alta dos preços internacionais por causa da guerra da Rússia e da Ucrânia.
Centro-Oeste lidera produção de grãos
Além disso, o IBGE revelou que o Sul e o Norte apresentaram queda de 0,2% em suas estimativas frente o prognóstico anterior, cada uma. Por outro lado, houve alta nas projeções das regiões Nordeste (3,9%), Centro-Oeste (0,5%) e Sudeste (0,1%).
Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. Em suma, o maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (26,6%), seguido por Centro-Oeste (17,4%), Norte (16,4%), Nordeste (7,4%) e Sudeste (4,8%).
Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 49,7% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa quase duas vezes menor, deverá ficar o Sul (26,9%), seguido por Sudeste (9,5%), Nordeste (8,8%) e Norte (5,1%).
No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em resumo, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 31% da produção nacional.
Na sequência, deverão ficar Paraná (15,0%), Rio Grande do Sul (9,5%), Goiás (9,5%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (5,9%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 79,8% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.