Round 6: Alerta para a saúde mental de crianças e adolescentes

PhD em neurociência Fabiano de Abreu fala sobre os riscos da série

Só se fala em Round 6 nas últimas semanas. A série coreana de maior sucesso na história da Netflix chamou a atenção dos ocidentais, sobretudo dos brasileiros e tem gerado polêmica por mesclar um enredo adulto com brincadeiras infantis.

O apelo “lúdico” dos jogos que compõem a produção, que na verdade tem bastante violência, impõe cuidado a pais de crianças e adolescentes. Isso porque o seriado se tornou uma febre também entre o público menor de 18 anos e por parecer inofensivo, os responsáveis acabam não prestando muita atenção em seu teor.

Na França, por exemplo, cinco crianças foram hospitalizadas após um confronto entre alunos do terceiro e do sexto ano do College George-Sand que teriam copiado uma das brincadeiras retratadas em Round 6.

De acordo com o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu, é necessário um olhar atento dos pais em relação à série. “[Ela] apresenta cenas de violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, sexo, palavras de baixo calão, e isso chama a atenção pois são crianças comentando sobre o assunto como se fosse algo normal delas assistirem”, explica o especialista.

Fabiano avalia que o público tem ignorado a classificação indicativa, que é de 18 anos. “Essa recomendação não existe à toa, pois o conteúdo apresentado pela série pode afetar a percepção e o comportamento dos mais jovens. Ao assistir estas produções repletas de cunho violento, as crianças e adolescentes acabam ‘normalizando’ isso e tratando o assunto como algo comum”, pondera o neurocientista.

Efeitos negativos

Abreu ressalta que os menores de idade ainda não tem maturidade para absorver determinados conteúdos. “Nesta fase da vida eles ainda são muito vulneráveis a estímulos que podem se tornar incontroláveis e até mesmo viciantes. Além disso, nesta idade o cérebro tem menos ‘freios’ na regulação das emoções”, coloca Fabiano.

Diante deste cenário, o especialista sugere que os responsáveis detenham o controle do acesso às telas, avaliando o tipo de produção a que eles estão assistindo. “É importante considerar ainda que a criança não tem a mesma percepção preventiva do adulto, já que a região do lobo frontal, relacionada à tomada de decisões, lógica e prevenção está em formação”, diz ele.

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