O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar nesta quinta-feira (27) sobre a possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial. De acordo com ele, é possível estender o benefício, mas tudo vai depender da evolução da vacinação contra a Covid-19 no país.
Guedes disse isso durante um café da manhã com representantes da indústria em Brasília. Ele deixou claro que a ideia do Governo Federal neste momento é não prorrogar o benefício. Isso porque ele afirma que confia no andamento do processo de vacinação contra a Covid-19 no país.
No entanto, caso essa campanha siga em passos lentos, então é natural que o Auxílio passe mesmo por uma prorrogação. Ele não explicou, no entanto, de quanto tempo seria essa extensão. Parte do Governo quer que o benefício siga por mais dois meses.
Guedes deu até alguns números de projeções. De acordo com o Ministro, se o Brasil conseguir vacinar de 60% a 70% da população até julho, então o Auxílio não precisaria mais de uma prorrogação. Isso porque boa parte da sociedade estaria podendo trabalhar normalmente.
Ele também disse que não vai prorrogar o benefício se o número de mortes diárias na pandemia cair para cerca de 300 pessoas. Esses são os dois dados que o Ministério está se baseando para decidir se vai prorrogar ou não o Auxílio Emergencial.
Os dados reais
No entanto, o fato é que os números atuais estão bem distantes desta expectativa de Guedes. De acordo com os dados do próprio Ministério da Saúde, o Brasil vacinou até aqui pouco mais de 20% da população. Isso considerando apenas os brasileiros que tomaram, pelo menos, a primeira dose.
No entanto, especialistas afirmam que é a segunda aplicação que faz a pessoa atingir o maior nível de imunidade. Por essa métrica, pouco mais de 10% da população brasileira está com o imunizante completo. Então para chegar nos 60% até julho, o país vai ter que acelerar muito a campanha de vacinação.
Além disso, dados de secretarias estaduais de saúde mostram que o número de mortes diárias no Brasil está passando das mil vítimas quase que diariamente. Para chegar portanto nas 300 mortes por dia até julho, o país vai que diminuir muito o nível de letalidade desta pandemia.
Auxílio Emergencial
Olhando esses dados dá para dizer que o Governo está prestes a ter que reconhecer que vai precisar prorrogar o Auxílio Emergencial. De acordo com informações de O Estado de São Paulo, o Planalto tem até uma PEC quase pronta para enviar para o Congresso.
E essa é a grande questão até aqui. É que se o Governo pretende aprovar uma PEC para prorrogar o Auxílio Emergencial, Paulo Guedes certamente não terá tempo de esperar para ver como a situação do Brasil vai estar em julho antes de tomar uma decisão.
Como se sabe, a aprovação de uma PEC desse tipo costuma demorar dias, ou até mesmo semanas em tramitação na Câmara e no Senado Federal. É justamente por isso que o Congresso está pedindo para que o Governo tome uma decisão com mais rapidez neste sentido.