Restaurantes continuam gerando empregos mesmo na crise
Confira mais detalhes sobre este setor que teve crescimento mesmo em meio a pandemia
Os dados demonstram a resiliência e o otimismo do setor de restaurantes, bem como sua capacidade de impulsionar a economia, ao criar mais postos de trabalho do que qualquer outro setor em termos percentuais, apesar da incerteza que permeia a economia. Pois, este é o assunto que pretendemos apresentar com este artigo.
Apesar das sérias dificuldades que alguns bares e restaurantes enfrentam devido a fatores como inflação e dívidas acumuladas, o setor de alimentação externa no Brasil continua impulsionando a geração de novos empregos.
O que dizem as pesquisas recentes realizadas no setor de alimentação?
De acordo com a pesquisa realizada pela PNAD Contínua, publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirma que o segmento de Alojamento e Alimentação, em que bares e restaurantes representam 85%, tiveram um aumento de 2,8% nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, considerando o trimestre anterior de 2022.
O setor de alimentação representou o maior aumento entre todas as categorias estudadas e foi uma das duas únicas a apresentar resultados positivos, juntamente com os Transportes (1,8%). Assim, foram mais de 100.000 empregos adicionais em restaurantes e bares que foram adicionados durante o período do estudo.
Aliás, se considerar o trimestre anterior, a criação de novos empregos teve um aumento de 3,3%.
A recente pesquisa da Abrasel, que ouviu 1.513 empresários da área de alimentação, sugere que a boa notícia chega em um momento ruim para o setor. No mês de fevereiro, 30% dos entrevistados relataram prejuízos em seus estabelecimentos, destacando ainda mais a tendência observada nos meses anteriores (19% em dezembro, 23% em janeiro).
Já 36% dos entrevistados que relataram que trabalharam com estabilidade no período, afirmaram que no mês de fevereiro não obtiveram lucro.
A necessidade de alimentação é outro motivo que fez com que o setor de restaurantes crescesse mesmo diante da crise
Afinal, muitas pessoas, principalmente nas cidades grandes, não conseguem voltar para casa no horário de almoço. Logo, o que faz com que a opção seja, fazer as refeições em restaurantes e bares.
Muitos setores da economia também estão relutando para sobreviver na crise. Portanto, o que faz com que os trabalhadores estão fazendo horários a mais do que o estabelecido. Assim, a vida pessoal acaba ficando em 2º plano. Neste caso, a opção é se alimentar em bares e restaurantes próximos do local de trabalho.
Por outro lado, o setor de alimentação também teve que se reinventar, oferecendo preços mais baixos, participando de aplicativos de delivery e diversificando no cardápio, por opções mais baratas e saborosas.
O serviço de delivery, ampliou muito o setor, uma vez que as pessoas tornaram este momento da refeição, um espaço de tranquilidade e descanso. Assim, recebem a sua refeição quentinha e gostosa, em casa ou no trabalho.
Como resultado, conseguem evitar o trânsito, a falta de estacionamento, a necessidade de ir ao mercado fazer compras. Consequentemente, tem uma alimentação de acordo com o seu pedido.
Desse modo, é unir o útil ao agradável: refeições baratas e saborosas, para a clientela que não tem como ir para casa fazer as refeições.
A resiliência e o otimismo foram fatores essenciais para o aumento dos empregos no setor de alimentos
O resultado do crescimento do emprego demonstra a resiliência e otimismo do setor, bem como sua capacidade de impulsionar a economia, ao criar mais vagas do que qualquer outro setor em termos percentuais, mesmo em momentos de incerteza econômica.
Outro fator a considerar é que no mês de dezembro, o setor teve um excelente desempenho. Aliás, este mês é que tradicionalmente, bares e restaurantes costumam contratar.
Quais as motivações do setor para enfrentar os momentos de crise?
A inflação, o endividamento crescente e as promessas de pagamento de empréstimos contraídos durante a pandemia tornaram um início de ano difícil e ainda mais desafiador para as empresas. Além disso, as pressões de margem de lucro também aumentaram com a inflação alta.
Sendo assim, a maioria dos entrevistados, 65% decidiram por manter o status quo e não alterar o layout. Enquanto, os 2% restantes não responderam ou a empresa não estava operando em janeiro.
Este é um exemplo claro de que há necessidade urgente de ajuda a um setor duramente atingido pela pandemia. Na verdade, as empresas estão lutando devido ao aumento dos custos de insumos e serviços, mas não conseguem cumprir suas outras obrigações financeiras por causa da pandemia.
O crescimento do setor de alimentação é merecido, uma vez que foi um dos que mais sofreu com o período da pandemia. Por exemplo, tendo que fechar as portas e se reinventar totalmente para sobreviver no mercado.