O rendimento médio real de todos os trabalhos chegou a R$ 3.034 no trimestre móvel de setembro a novembro deste ano. Isso quer dizer que, em média, os trabalhadores receberam 2,3 vezes mais que o salário mínimo vigente no país, de R$ 1.320.
Em suma, o valor do rendimento cresceu 2,3% na comparação com os três meses anteriores, o que corresponde a R$ 68. Já em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2022, o valor cresceu ainda mais (3,8%), visto que os trabalhadores do país recebiam, em média, R$ 2.923 no período.
Em outras palavras, os trabalhadores passaram a ganhar R$ 111 a mais em 12 meses, resultado que reflete a melhora do rendimento no país, para alegria dos trabalhadores.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada na semana.
Veja o rendimento entre as posições
A PNAD Contínua mostrou que, entre as posições na ocupação, o rendimento cresceu apenas nas categorias empregado com carteira assinada (2,1%, ou mais R$ 59) e conta própria (3,6%, ou mais R$ 86). Esse avanço aconteceu em relação ao trimestre móvel anterior. As demais categorias ficaram estáveis.
Já em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2022, a renda cresceu em quase todas as posições, elevando o poder de compra dos trabalhadores. Confira abaixo as posições cujo rendimento cresceu em relação a 2022:
- Empregador (9,8%, ou mais R$ 691);
- Empregado sem carteira de trabalho assinada (7,1%, ou mais R$ 138);
- Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (2,9%, ou mais R$ 126);
- Trabalhador por conta própria (4,2%, ou mais R$ 99);
- Empregado com carteira de trabalho assinada (2,9%, ou mais R$ 80).
A única exceção foi a categoria trabalhador doméstico, cujo rendimento não apresentou variação significativa em relação ao ano passado.
Massa de rendimento cresce no trimestre
Além do crescimento observado no rendimento dos trabalhadores, a massa de rendimento também conseguiu avançar no trimestre. Em suma, esse resultado é bastante positivo para os trabalhadores do país, e isso aconteceu graças à melhora do mercado de trabalho brasileiro.
De acordo com o IBGE, a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 300,2 bilhões. Em resumo, esse valor foi o recorde da série histórica, visto que o IBGE nunca havia registrado um montante tão elevado assim quanto o do trimestre encerrado em outubro deste ano.
Na comparação com o trimestre móvel anterior, a massa de rendimento cresceu 3,2% (R$ 290,9 bilhões), acréscimo de R$ 9,3 bilhões. Da mesma forma, a massa cresceu em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2022 (R$ 286,4 bilhões), mas o aumento foi ainda maior, de 4,8% (ou R$ 13,5 bilhões).
Veja qual será o salário mínimo de 2024
Na última quarta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reajustará o valor do salário mínimo. A partir de 1º de janeiro de 2024, o valor do piso nacional passará dos atuais R$ 1.320 para R$ 1.412.
O aumento de R$ 92 supera a inflação e já constava em medida provisória enviada pelo presidente Lula em maio ao Congresso Nacional. Por sua vez, o parlamento aprovou o texto em agosto, e, agora, o presidente sancionou o valor.
Em síntese, o novo valor do salário mínimo é resultado de uma fórmula que já havia sido adotada durante os governos anteriores do PT. Para quem não sabe, a nova política determinada por Lula leva em consideração dois fatores:
- Inflação do ano anterior ao reajuste, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC);
- Produto Interno Bruto (PIB) consolidado do Brasil de dois anos antes.
Assim, para 2024, o governo federal aumentará o salário mínimo vigente, de R$ 1.320, para R$ 1.412. O valor passará a ser pago a partir de fevereiro, já que entrará em vigor a partir do primeiro dia de janeiro.
Trabalhadores terão aumento real do salário mínimo
Em 2024, os trabalhadores vão contar com um ganho real do salário mínimo. Isso também aconteceu em 2023, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro promoveu aumento real do piso nacional, algo que havia acontecido apenas em 2019, promovido no ano anterior pelo presidente em exercício, Michel Temer.
Quando o salário mínimo não apresenta ganha real, ele sobe apenas para se manter equiparado à inflação. Nesse caso, os trabalhadores que recebem o piso salarial no mês não têm aumento de renda, pois o valor apenas acompanha a taxa inflacionária.
Contudo, como o governo irá reajustar o valor acima da inflação, o trabalhador terá uma renda mais elevada. Aliás, o termo inflação se refere justamente a isso, ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Quanto mais alta a taxa inflacionária estiver, mais difícil fica para a população manter os mesmos hábitos de consumo, já que o custo de vida fica elevado.
Por fim, vale destacar que os reajustes no piso nacional também afetam os valores dos benefícios do INSS, como pensões e aposentadorias. Por isso que há tantos cálculos para definir qual o reajuste mais adequado em cada ano de governo.