Reestruturação PF e PRF: Bolsonaro diz que “colegas” de policiais não querem permitir aumento

Em declaração, presidente disse que aumento para os policiais não deve sair, devido aos protestos de outros servidores federais

Em declaração nesta segunda-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro disse que o “grande problema” em relação ao aumento dos salários dos policiais seria a pressão dos colegas de outras categorias. O chefe de estado disse que estaria sofrendo pressão de servidores para não dar o reajuste para os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“Digo a vocês publicamente, PRF, o grande problema não é o nosso lado, são colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos para o outro lado”, afirmou o presidente durante uma entrevista coletiva na cidade do Recife, em Pernambuco, momentos depois de sobrevoar áreas devastadas pelas chuvas na região.

No entanto, o presidente disse que este não seria o único problema. Ele também argumentou que o teto de gastos pode atrapalhar as tentativas de aumentos para os policiais neste momento. Esta não é a primeira vez que Bolsonaro critica a regra que impede boa parte dos gastos públicos no Brasil. Ele afirmou que é um “escravo” desta lei.

“Nós somos escravos da lei. Não vamos buscar alternativas, subterfúgios ou incorrer em crime de responsabilidade para atender quem quer que seja. Reconhecemos o trabalho de todos os servidores, aqui a PRF, a PF e tantos outros, mas no momento está bastante complicada a situação”, disse.

Sem citar datas, Bolsonaro disse ainda que espera dar um reajuste para os policiais, bem como reestruturar as carreiras deles em um futuro próximo. Informações de bastidores divulgadas pela imprensa já adiantaram que o Governo teria desistido de dar o reajuste maior para os policiais da área federal neste momento. A fala do presidente no Recife seria mais um indício.

Entenda a história

No final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista que pagaria um reajuste salarial para os servidores federais da área de segurança. A sinalização foi comemorada pelos policiais, mas criticada pelos trabalhadores de outros setores.

Servidores de outras áreas pediram pelo mesmo reajuste que o presidente estava prometendo para os policiais. Eles alegavam que, assim como os agentes de segurança, também não recebiam reajustes salariais há alguns anos.

Inicialmente, o Governo disse que não existia espaço no orçamento para pagar o reajuste para todos os servidores de todas as áreas. Diante da negativa, trabalhadores começaram a entrar em greve para pedir por aumentos de salário e por melhorias nas condições de trabalho.

Depois de alguns meses de greves e paralisações, o Governo sinalizou pela primeira vez que poderá pagar um reajuste salarial para todos os servidores de todas as áreas. No entanto, o aumento teria que ser menor que aquele previsto apenas para os policiais.

Greves por reajustes

Há pouco mais de duas semanas, servidores e peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram dar fim ao movimento grevista que durou mais de dois meses. Eles voltaram ao trabalho depois de aceitar a oferta do governo de dar um aumento de 5% no salário.

No entanto, trabalhadores de outras categorias seguem parados neste momento. É o caso, por exemplo, dos profissionais do Banco Central (BC) e do Tesouro Nacional. Em ambos os casos, não há previsão de retorno ao trabalho.

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