A receita da Netflix no segundo trimestre de 2023 cresceu após o serviço de streaming acabar com o compartilhamento gratuito de senhas. O crescimento foi de 2,7% no período, passando de US$ 8 bilhões para US$ 8,2 bilhões em um ano.
Desde o final de maio, a Netflix cobra R$ 12,90 – por mês e por pessoa – para permitir que alguém acesse a conta fora da residência do titular, movimento que já alcança mais de 100 países em que a empresa atua, que equivalem a 80% da receita total da companhia.
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A receita não foi impulsionada somente por essa nova receita. A Netflix voltou a ter um crescimento no número de assinantes. Foram 6 milhões de consumidores a mais, um aumento de 8% em relação ao mesmo número do segundo trimestre de 2022, quando houve queda de 1 milhão de contas. Na época, a empresa havia alegado que a concorrência e a inflação global haviam afetado seu negócio.
Hoje, a Netflix tem 238 milhões de assinantes em todo mundo. Com isso, os resultados marcaram o melhor segundo trimestre da empresa desde o auge da pandemia, lá em 2020, e superaram as previsões de mercado que apontavam para 2,07 milhões de novos assinantes.
O lucro operacional foi de US$ 1,8 bilhão, um aumento de 20% comparado a US$ 1,5 bilhão do segundo trimestre de 2022. E o lucro líquido subiu 7%, de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,5 bilhão.
Valor ganho por usuário não sobe
Aparentemente, o crescimento de receita se deu através da adição de novos assinantes. Isso porque a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) caiu 3% em todo o mundo na comparação ano a ano. Regionalmente, ela também mostrou queda.
Na América do Norte (Canadá e Estados Unidos), o ARPU passou de US$ 16 para US$ 15,9. Já na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), a queda foi de US$ 11,1 para US$ 10,8. A América Latina também registrou pequenas perdas, de US$ 8,6 para US$ 8,5. A maior diferença foi na região Ásia Pacífico: de US$ 8,8 para US$ 7,6.
Segundo a Netflix, tanto a América Latina como a Ásia Pacífico apresentaram crescimento de assinantes, mas nos planos mais baratos. Outros motivos para a queda da receita média por usuário estão na limitação de aumento nos preços – já que foi lançado um novo modelo de negócios com a assinatura compartilhada – e na entrada tardia de novos usuários.
A perspectiva da Netflix é de que o cenário melhore no terceiro trimestre. A empresa disse que as novas inscrições já estão superando os cancelamentos e que o crescimento das vendas vai acelerar nos próximos meses, com crescimento no terceiro trimestre projetado em 7,5%.
Também é importante ressaltar que a receita com publicidade ainda não impacta o resultado da empresa.
Fim do plano básico
A Netflix lançou recentemente o seu plano chamado de Plano Básico Sem Anúncios. Esta opção de plano da plataforma de streaming permite que seus assinantes paguem uma quantia menor, em troca de filmes e séries com uma qualidade menor de exibição sem anúncios.
No entanto, os assinantes deste plano no Canadá tiveram um grande surpresa nesta semana, já que a Netflix decidiu encerrar sua oferta sem nenhum tipo de aviso prévio aos consumidores.
O Plano Básico Sem Anúncios era ofertado pela Netflix por 10 dólares canadenses mensais, o que equivale a cerca de R$ 36 na cotação atual. Dessa forma, o plano oferecia acesso ao catálogo de filmes e séries da plataforma sem nenhum tipo de anúncio. No entanto, existiam limitações, como a resolução em HD que ficava disponível apenas para uma tela por vez.
Apesar do repentino fim deste plano da Netflix no Canadá, a empresa informou que os usuários que já são assinantes poderão continuar utilizando o serviço, até que realizem o cancelamento do plano ou escolham por uma outra opção. Sendo assim, a medida afeta os novos usuários que pretendiam optar por este Plano Básico Sem Anúncios, que já não está mais disponível.