Quase metade dos brasileiros aumentou a preocupação por senhas
45% dos ouvidos por pesquisa sentem uma maior preocupação com as suas senhas, mas a maioria dos brasileiros ainda conta com apenas cinco senhas diferentes
A preocupação do brasileiro com a segurança em serviços digitais tem aumentado, aponta uma nova pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, de novembro deste ano. Segundo a pesquisa, 22% dos brasileiros que possuem smartphone dizem que a preocupação com suas senhas aumentou muito nos últimos 12 meses e 23% afirmam que aumentou pouco. Outros 45% não tiveram maior preocupação com suas senhas.
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Para a pesquisa, o aumento da preocupação com as senhas entre as pessoas se dá, provavelmente, por conta da utilização cada vez maior de produtos online durante a pandemia. Ao mesmo tempo, aumentaram as notícias sobre vazamentos de dados. Apenas uma minoria de 10% declarou que sua preocupação com senhas diminuiu um pouco (4%) ou muito (6%).
No entanto, o cuidado com a gestão de senhas ainda está longe do ideal. A boa notícia é que, em 12 meses, caiu de 67% para 61% a proporção de brasileiros que têm no máximo cinco senhas para todos os seus serviços digitais.
Para 61% dos entrevistados, é normal repetir senhas para mais de um serviço. O hábito é mais comum entre pessoas das classes A e B (70%) que entre aquelas das classes C, D e E (59%). É também mais frequente entre os jovens de 16 a 29 anos (66%), que entre os brasileiros de 30 a 49 anos (61%) ou aqueles de 50 anos ou mais (54%).
Confiança na memória
Mais da metade (59%) dos brasileiros com smartphone memorizam suas senhas; 27% anotam em papel; e 25% permitem que o navegador do computador as armazene. As pessoas com 50 anos ou mais são aquelas que mais costumam anotar as senhas em papel (37%) e as que menos confiam em sua memória para essa atividade (49%).
Curiosamente, 28% dos brasileiros admitem que usam datas de aniversário ou nomes de familiares e amigos na composição de suas senhas, prática não recomendada por especialistas em segurança, pois as torna vulneráveis para fraudadores que utilizam engenharia social em seus golpes. Não à toa, um em cada cinco brasileiros com smartphone já tiveram um serviço digital invadido porque o fraudador descobriu sua senha. A proporção é similar independentemente do gênero, da idade ou da classe social.
Cerca de metade dos brasileiros com smartphone (53%) costumam trocar suas senhas periodicamente, por medida de segurança. E 47% dizem que mudaram alguma senha nos últimos 30 dias. Apenas 12% leva mais de um ano para trocar suas senhas.
Confiança é maior nos bancos
Ao longo de 2021, diversos vazamentos de dados pessoais ocorreram, o que mostrou a vulnerabilidade das empresas e instituições governamentais em termos de cibersegurança. A pesquisa aponta que 17% dos brasileiros com smartphone dizem já ter tido seus dados pessoais (nome, CPF, email etc) usados por terceiros em alguma fraude ou golpe.
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box mostra que os bancos lideram entre as empresas mais confiáveis há quatro anos, desde que o estudo foi feito pela primeira vez. Mais da metade (55%) dos brasileiros deram notas 4 ou 5 para seu grau de confiança na gestão que os bancos fazem de seus dados, dentro de uma escala de 1 a 5.
A confiança dos brasileiros é uma boa notícia para o mercado bancário neste ano de 2021 em que começou a implementação do open banking, que consiste em um conjunto de regras permitindo que os correntistas autorizem o compartilhamento de seus dados pessoais e bancários entre instituições financeiras.
As redes sociais, por sua vez, são o segmento no qual o brasileiro menos confia: 38% deram notas 1 ou 2 para elas. Segundo a pesquisa, o resultado ruim ainda é culpa dos escândalos que o Facebook sofreu em 2017, com o caso da Cambridge Analytica.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil foi produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Cerca de 2,1 mil brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone foram entrevistados de forma on-line entre 20 e 27 de outubro de 2021. A pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.