No início desta semana, o Banco Central (BC) anunciou uma grande novidade para os brasileiros. Pela primeira vez na história, o país terá uma moeda totalmente digital. O nome, todo mundo já sabe: Drex. Mas a função ainda não está muito clara. Uma das principais dúvidas, por exemplo, é a diferença deste novo sistema para o Pix, que já está em funcionamento hoje.
Para tentar explicar de uma vez por todas as diferenças entre estes dois formatos de transferência, listamos abaixo dois quadros com as características dos dois sistemas. Assim, o cidadão poderá entender com mais clareza quais são as funções do Pix e do Drex e como estes dois processos podem ser complementares.
O Pix
Mais conhecido pela grande maioria dos brasileiros, o sistema de Pix é um meio de pagamento instantâneo. O cidadão pode transferir o dinheiro de uma conta para outra em questão de poucos segundos, todos os dias da semana, em qualquer horário do dia.
Não é só isso. Além de realizar transferências de dinheiro, o cidadão também pode usar o sistema do Pix para fazer compras, pagar contas de luz e de água, e até mesmo pagar impostos, como o Simples Nacional. O pagamento, aliás, também é confirmado em alguns segundos.
No caso do Pix, o sistema pode ser usado tanto por pessoas físicas, como também por pessoas jurídicas, ou seja, empresas também podem utilizar o sistema para realizar os pagamentos dos seus funcionários, por exemplo. Em tese, não há nenhum limite de quantidade de transações por mês.
O Drex
Ainda pouco conhecido da maioria dos brasileiros, o Drex vai funcionar como uma versão eletrônica do papel-moeda. A ideia do Banco Central é utilizar a tecnologia blockchain, que também já é usada no sistema das criptomoedas, embora o Drex não seja em si uma criptomoeda.
A ideia é fazer com que o Drex seja uma nova forma de dinheiro, ou seja, um novo formato para o real. Assim, R$ 1 será equivalente a 1 Drex. Quando a cotação do real subir, a cotação do Drex sobe também. O Brasil não está criando uma nova moeda, mas uma versão digital da sua moeda.
O Drex terá um sistema com duas moedas. Uma delas será a virtual regulada, que vai ser usada para pagamentos entre o BC e instituições financeiras. A outra é a de varejo (o real tokenizado), que vai ser emitida pelo mercado, e vai chegar ao consumidor final.
Mas quais são as diferenças
A principal diferença entre o Pix e o Drex é que o primeiro é uma ferramenta de transações instantâneas, enquanto a segunda é a própria moeda em si. Desta forma, o cidadão pode optar por realizar um Pix de Drex para uma outra pessoa, por exemplo.
Do mesmo modo, o cidadão pode transferir o Drex por outros meios de pagamentos. Se ele preferir, por exemplo, pode transferir o Drex por meio do sistema de transferências do seu banco.
“Ou seja, poderá movimentar seus Reais Digitais da mesma forma que você movimentaria seus recursos hoje depositados nos bancos”, afirmou o BC em nota.
“Estamos usando essa tecnologia para facilitar o acesso a serviços financeiros. Quando você tem o valor registrado e acessível de maneira simples e confiável (…), você baixa o custo e democratiza acesso ao serviço”, afirmou o coordenador do projeto no Banco Central, Fabio Araújo.
A outra diferença importante é que ao contrário do Pix, o Drex deverá contar com um custo de uso.
“Tem um custo, mas esse custo parece que será muito mais barato. Estamos trabalhando para construir essa tecnologia de forma que seja muito mais barata do que aquilo que temos disponível atualmente”, disse Araujo.