Protesto no Dia do Trabalhador termina com 46 presos na França

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a França voltou a cumprir a sua tradição histórica de registrar inúmeros protestos no Dia do Trabalhador. De acordo com a polícia local, as manifestações deste sábado (1) aconteceram nas principais cidades do país.

Segundo as estimativas mais conservadoras, cerca de 106 mil pessoas participaram de alguma dessas manifestações. A maior delas, aliás, aconteceu na capital, Paris. Por lá, ainda de acordo com a polícia, mais de 17 mil pessoas marcharam pelas ruas da cidade.

Pelas imagens que circulam pelas redes sociais, é possível ver que a grande maioria dos manifestantes estava usando máscaras de proteção contra a Covid-19. No entanto, eles não estavam respeitando o isolamento social que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tanto pede que as pessoas sigam.

Seja como for, os protestos aconteceram de maneira tranquila durante boa parte do dia. No final da noite, porém, essa lógica mudou. Em Paris, por exemplo, os manifestantes atearam fogo em latas de lixo e conseguiram quebrar vidros das fachadas de bancos da cidade.

A polícia chegou e prendeu 48 pessoas de acordo com as informações oficiais. Ainda não há maiores novidades sobre a situação desses manifestantes. Não se sabe, por exemplo, quantos deles continuam presos e quantos votaram para as suas casas Na França, esses protestos são o assunto do Twitter neste momento.

Protesto na França

O protesto deste sábado (1) contou com a presença dos manifestantes dos coletes amarelos. Para quem não lembra, esses ativistas ficaram muito famosos em 2017. Na época, eles afirmavam que eram contra as mudanças na Reforma da Previdência no país europeu.

Agora, muitos deles foram vistos pelas ruas francesas. Além deles, vários empregados do setor da cultura também foram ao protesto. De acordo com esses empregados, o Governo francês não estaria dando apoio suficiente para essas pessoas nesta momento da pandemia.

Vários desses trabalhadores fizeram discursos em um dos mais de três mil comícios que aconteceram nos quatro cantos do país. Tudo isso aconteceu às vésperas de um novo fechamento de atividades na França. O país vai fechar vários estabelecimentos por medo de um recrudescimento no número de casos da Covid-19.

Política

Não dá para negar que os protestos na França este ano tiveram uma dose grande de política partidária. É que o país está a cerca de um ano das suas eleições presidenciais. O atual comandante, Emmanuel Macron, disse que está confiante com a possibilidade de se reeleger.

Vários outros nomes, no entanto, estão atentos diante da situação. É o caso, por exemplo, do líder socialista Jean-Luc Melechon. Ele chegou a disputar as últimas eleições e vem participando ativamente da vida política no país. Ele esteve nesses protestos da França neste final de semana.

Quem também marcou presença foi a líder da extrema-direita, Marine Le Pen. Ela chegou a disputar o segundo turno contra Macron em 2017, mas acabou perdendo. Agora, ela começa a diminuir a diferença para ele de acordo com as pesquisas de opinião.

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