O Auxílio Brasil poderá ser totalmente redesenhado a partir do próximo ano. Ao menos é o que indica um dos economistas que participam da equipe de campanha do ex-presidente Lula (PT), Guilherme Mello. Em sabatina com jornalistas do Infomoney nesta semana, ele disse que o programa que faz pagamentos para pessoas em situação de vulnerabilidade precisa de um novo tom.
“O Auxílio Brasil, programa criado pelo atual governo, tem um problema de desenho, porque um homem solteiro recebe o mesmo valor que uma mulher com 3 filhos. É óbvio que há uma injustiça aqui. Então, não é uma questão de acabar com o programa, mas de melhorar o desenho, para ele se tornar mais efetivo”, disse ele.
Na mesma sabatina, Mello manteve a promessa do ex-presidente Lula de manter o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil para o próximo ano. Hoje, as indicações oficiais apontam que este patamar turbinado só será válido até o final deste ano de 2022. Para 2023, o saldo poderia ser reduzido ao nível de R$ 400 mais uma vez.
“Manter os R$ 600 é um compromisso do governo Lula. Mas precisamos redesenhar o programa. O Auxílio Brasil é um projeto mal desenhado, porque gera injustiças. Precisamos valorizar a primeira infância, pagando um adicional por filho, para que as mães com filhos tenham condições de sustentar e educar esses filhos”, disse o economista.
“Precisamos retomar os incentivos que existiam no Bolsa Família: a criança frequentar a escola, vacinar-se. Hoje, a cobertura da vacinação de poliomielite no Brasil caiu drasticamente, sendo que a paralisia infantil tem voltado, inclusive nos Estados Unidos”, completou o economista da equipe do ex-presidente.
A fonte de custeio
Como dito, o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 apenas está garantido até o final deste ano de 2022. De toda forma, o governo que assumir o poder em 2023, seja ele comandado por Lula ou não, terá a chance de manter o valor, se assim desejar.
Para conseguir a manutenção, será necessário indicar uma fonte de custeio. Em entrevistas e comícios recentes, Lula não vem deixando claro qual caminho pretende seguir para manter o Auxílio de R$ 600, caso vença as eleições.
Durante um evento de campanha em São Paulo nesta segunda-feira (26), o ex-presidente voltou a dizer que vai acabar com o teto de gastos. A medida abriria espaço para o aumento do Auxílio Brasil, mas certamente irritaria boa parte do mercado financeiro.
Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil é um dos temas mais recorrentes nas eleições presidenciais deste ano de 2022. O presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, vem dizendo que vai manter o valor de R$ 600 caso seja reeleito este ano.
Simone Tebet (MDB) também afirma que deve manter o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil. Em declarações recentes, ela disse ainda que se compromete com o fim da miséria e com a diminuição dos números da fome no país.
Ciro Gomes (PDT) afirma que poderá pagar uma renda básica universal no valor de R$ 1 mil por família. Ele diz que poderá chegar neste valor aumentando a taxação dos brasileiros que ele chamou de “super ricos”.