No mês de setembro deste ano, a busca de empresas por crédito teve alta de 16,1%, em comparação com o mesmo mês no ano de 2020. O aumento na busca por recursos financeiros para empresas foi notado em diversos segmentos, com destaque para serviços (22,4%), indústria (12,5%) e comércio (10,3%).
Nesse contexto, as micro e pequenas empresas (MPE) foram as que mais aumentaram a procura por crédito em setembro. Na comparação com o mês de setembro do ano passado, a alta para as MPE foi de 16,4%, seguido por médias empresas (8,9%) e grandes empresas (8,3%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (3), em São Paulo, pelo Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian.
“Os donos de negócios estão se arriscando mais após um longo período em que tiveram que diminuir ou pausar suas atividades por conta da pandemia. Por isso, as micro e pequenas empresas registram maior procura, já que foram as mais impactadas devido ao menor fluxo de caixa”, destacou a Serasa.
Segundo o índice, o crescimento da demanda por crédito foi maior na região Sul (18,2%), seguida pelo Sudeste (16,2%), Norte (15,8%), Centro-Oeste (14,7%) e Nordeste (13,9%). Desse modo, empresas dessas regiões estão apostando no retorno da economia do país para o crescimento do negócio.
Aumento da taxa de juros
Segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas no final de outubro pelo Banco Central (BC), as taxas de juros foram de valores mais altos para famílias e empresas em setembro. Sendo assim, a taxa média de juros no crédito livre para famílias teve aumento de 0,5 ponto percentual em relação a agosto e, para empresas, o aumento foi de 0,9 ponto percentual em relação a agosto.
A alta nos juros bancários médios ocorre após aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic. Nesse sentido, após ter chego ao menor nível da história em agosto do ano passado, estando em 2% ao ano, a taxa Selic começou a subir em março deste ano, diante do aumento da inflação e, atualmente, está em 6,25% ao ano.
A Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, é o principal instrumento utilizado pelo BC para regular a inflação. Dessa forma, quando o Copom aumenta a taxa Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, causando reflexos nos preços, isto pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que o movimento de política monetária favorece tanto aumento quanto redução. “Ano passado, quando se atingiu o pico de redução [na Selic] também se viu uma redução na maior parte das modalidades de juros bancários, chegando em patamares mínimos em diversas delas”, disse.
Saldo de crédito
No mês de setembro, o estoque de empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,428 trilhões, um aumento de 2% em relação a agosto. O saldo do crédito correspondeu a 52,9% de todos os bens e serviços que o país produz, o chamado Produto Interno Bruto (PIB). O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 16% em setembro.
O crédito ampliado ao setor não-financeiro, que é o crédito disponível às empresas, famílias e governos alcançou R$ 13,076 trilhões, crescendo 1,2% no mês e 14,7% em 12 meses. Desse modo, a variação mensal refletiu, no mercado doméstico, o crescimento de 2,1% nos empréstimos e financiamentos e a queda de 0,8% nos títulos de dívida.