O aumento da inflação dentro dos últimos 12 meses deverá atingir o seu pico em 2022 nos meses de abril e maio, de acordo com o que foi comentado recentemente pelo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo o que foi falado pelo executivo, as principais justificativas para um pico da inflação nos próximos meses será a quebra de algumas safras e também a alta do petróleo no início deste ano, que irá fazer com que o BC refaça as suas justificativas.
Até pouco tempo atrás, a estimativa do Banco Central era de que o pico da inflação em 2022 fosse registrado durante os meses de janeiro e fevereiro, para então começar a desacelerar. Campos Neto entende que o Brasil está sendo pressionado por uma série de fatores internacionais, porém que a inflação do nosso país têm uma série de particularidades.
Inflação dos últimos 12 meses acumulados ficou bem maior do que a prévia do BC
O Presidente do Banco Central apresentou uma estimativa baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que teria ficado em 6,7% nos últimos 12 meses, considerando que os custos de energia e preço dos combustíveis iriam ficar na média dos outros países, algo que não aconteceu e a inflação fechou o ano em 10,38%.
As declarações dadas pelo Presidente do BC ocorreram durante o evento Esfera Brasil, que reuniu grandes empresários do país. Foi destacado que existe um aumento da inflação no mundo, que está acontecendo sobretudo por problemas de oferta.
Mesmo com escassez, produção está crescendo no mundo
Mesmo com essa escassez de produtos, estamos vendo um aumento na produção em vários países do mundo, inclusive no Brasil e que poderá contribuir para diminuir a inflação nos próximos meses.
Houve um deslocamento não apenas na oferta de bens, mas também em relação à energia. A produção de bens neste momento está gastando pelo menos seis vezes a mais de energia.
Ainda segundo o Presidente do BC, o Brasil se encontra nas primeiras posições dos países que estão realizando apertos monetários, principalmente pelo fato de estar mirando o desempenho das economias mais desenvolvidas. Mesmo assim, para não haver um estouro em comparação aos outros países, está sendo necessário evoluir a taxa Selic.
Brasil está usando todas as ferramentas para conter a inflação
O Brasil está tratando de usar todas as ferramentas para conseguir em 2022 bater a meta da inflação, que em 2022 não foi possível. Existe também uma proposta de emenda à constituição que visa desonerar os tributos federais que são referentes ao preço do combustível, o que poderia gerar um prejuízo bilionário na arrecadação.
Também ficou muito claro que as medidas fiscais de curto prazo não apresentam um efeito que resulte no que realmente vai determinar o próximo período da inflação, o que mostra que as medidas de aumento da taxa de juros ou mesmo quando ela cai, não geram tanto otimismo dentro dos planos da maior entidade monetária do país.