Preços da construção civil SOBEM em março, revela FGV

Preços da construção civil SOBEM em março, revela FGV

Inflação da construção civil tem novo decréscimo em março, puxada pela queda dos preços dos materiais e equipamentos

inflação da construção civil desacelerou em março de 2023. Isso quer dizer que os preços do setor tiveram uma variação menor que a registrada em fevereiro. No entanto, isso não quer dizer que os custos da construção caíram. Pelo contrário, subiram novamente, mas de maneira menos intensa que no mês anterior.

Em março deste ano, os preços da construção civil ficaram 0,18% mais caros que em fevereiro. A taxa ficou inferior à oscilação observada no segundo mês de 2023, quando os custos subiram 0,21%.

Esses dados compõem o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).

Com o acréscimo do resultado de março, o setor passa a acumular uma inflação de 8,17% nos últimos 12 meses. A título de comparação, no acumulado de 12 meses, até março de 2022, os preços do setor haviam subido 11,63%, ou seja, bem mais do que a taxa anual atual do INCC-M.

Preços dos materiais e equipamentos caem

O índice que mede a mão de obra voltou a acelerar no país, após desacelerar em fevereiro. Em resumo, a taxa do indicador passou de 0,10% para 0,27% entre os meses, resultados que sucederam a alta de 0,77% em janeiro.

Por outro lado, a inflação referente aos preços de materiais e equipamentos saiu do campo positivo, caindo de 0,16%, em fevereiro, para -0,07% em março. Esse resultado aliviou os custos da construção no mês, puxando o INCC-M para baixo.

Da mesma forma, a variação relacionada a serviços também desacelerou em março, passando de 1,10% para 0,88%. Em síntese, os preços relacionados aos serviços vinham acelerando no país nos últimos meses, mas as altas são pouco significativas, para alívio dos consumidores.

A saber, o FGV Ibre pesquisa os preços da construção em sete capitais brasileiras. A inflação do setor acelerou em duas delas, e nenhum local teve taxa negativa, diferentemente de janeiro, quando os custos caíram em quatro capitais pesquisas, que ficaram com taxas negativas.

Veja abaixo a variação da inflação nas capitais em março:

  • Salvador: 1,73%;
  • Porto Alegre 0,54%;
  • Recife: 0,17%;
  • Belo Horizonte -0,02%;
  • Brasília: -0,03%;
  • Rio de Janeiro: -0,08%;
  • São Paulo: -0,09%.

No mês, os únicos locais que tiveram aceleração em suas taxas foram Salvador e Porto Alegre, cujos preços haviam subido 0,54% e 0,08%, respectivamente, no mês anterior. Com o acréscimo de março, os custos passaram a ficar negativos na maioria das capitais pesquisadas.

Confiança da construção sobe em março

O FGV Ibre também divulgou dados do Índice de Confiança da Construção (ICST). Em suma, o indicador revela o grau de confiança dos empresários do setor. E, em março, o resultado se manteve estável.

Desde abril de 2022 que os empresários da construção civil estavam se mostrando otimistas no país. No entanto, o pessimismo começou a ganhar força no final do ano passado, refletindo a falta de confiança do setor com a atividade econômica brasileira.

De acordo com o levantamento, o (ICST) continuou nos 94,4 pontos em março, mesmo patamar de fevereiro. Apesar da estabilidade, vale destacar que, nos últimos seis meses, houve queda da confiança em quatro deles.

Para quem não sabe, o ICST mostra o grau de otimismo ou de pessimismo dos empresários do setor da construção civil do Brasil. Com o resultado de março, o indicador continua no menor patamar desde março de 2022 (92,9 pontos).

A propósito, taxas acima de 100 pontos representam otimismo, enquanto taxas inferiores a 100 pontos correspondem a pessimismo. Isso quer dizer que os empresários da construção civil do país estão levemente pessimistas, com o indicador um pouco abaixo de 100 pontos.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, houve melhora da perspectiva em relação à demanda dos próximos meses.

“No entanto, uma percepção mais negativa sobre a tendência do ambiente de negócios contaminou o indicador de expectativas, que fechou o primeiro trimestre sem recuperar a queda recente, apontando um pessimismo moderado do setor”, ponderou.

Expectativas para o futuro recuam no mês

De acordo com o levantamento, o ICST se manteve estável em março devido às variações divergentes sobre a situação atual e as expectativas para o futuro.

Em síntese, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,3 ponto no mês, para 93,7 pontos, após quatro meses consecutivos de queda. Assim, o sentimento dos empresários sobre o presente continua refletindo leve pessimismo, apesar da alta mensal.

Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 0,3 ponto, para 95,3 pontos, mantendo-se relativamente estável em relação a fevereiro. Esse resultado eliminou a alta do ISA-CST e manteve a ICST estável em março.

“Como já observado em fevereiro, o ritmo de atividade sinaliza desaceleração – o indicador de evolução recente fechou o trimestre em queda. Assim as empresas apontam também menor intenção de contratar”, disse Ana Maria Castelo.

“No entanto, a limitação dada pelas dificuldades em contratar mão de obra qualificada vem aumentando e alcançou o maior patamar de assinalações desde março de 2015, um sinal de que o ciclo de crescimento não foi invertido”, finalizou.

 

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