São vários os fatores que contribuíram para o aumento do preço das passagens aéreas, como a desvalorização massiva do real em comparação ao dólar desde o início da pandemia e somado à alta do combustível.
Mesmo com 70% da população brasileira vacinada com ao menos uma dose contra a Covid-19, aquela vontade de voltar a viajar para novos destinos, sobretudo para o exterior, acaba sendo enterrada por uma boa parte dos brasileiros, em virtude do aumento do preço dos voos.
A inflação também acaba pesando para o aumento dos preços em serviços relacionados à aviação. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço das passagens aéreas subiu 56,8%, ficando atrás apenas dos alimentos e etanol. A diferença é chamativa, se comparado que a inflação anual que está em 10,25%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na última sexta-feira (8), ajudando a confirmar aquele sentimento de quem está apreensivo por não encontrar preços moderados nas passagens aéreas.
Mesmo em voos nacionais, facilmente um passagem de ida e volta passa dos R$ 1 mil, o que é alto considerando o salário médio nacional, que está na casa de R$ 2.400. Além disso, poucas são as pessoas que têm familiares ou amigos para lhes receberem no destino, acrescentando também os gastos com transporte, comida e hospedagem.
Outro detalhe é que a alta do combustível também está ligada a essas tarifas mais salgadas, sendo que o setor aéreo costuma ser bastante sensível a este produto, pois o avião necessita de querosene e esse produto que subiu consideravelmente no ano. O valor do litro de querosene subiu 91,7% no período em comparação com 2020.
Com a reabertura da economia e o aumento da demanda devido à praticamente metade da população brasileira estar completamente vacinada, são mais dois fatores que afetam diretamente o aumento do preço das passagens aéreas, mesmo quando pesquisado para 2022.
Os aumentos mais consideráveis do ano foram entre abril e junho, com um avanço de 21,7% dos preços para voos domésticos. No segundo trimestre de 2020, por conta da pandemia, houve uma queda de 70% na procura de tickets nacionais.
De acordo com a Secretaria Nacional de Aviação Civil, as justificativas para o patamar elevado do preço das passagens aéreas em quase todas as regiões se deve ao fato da desvalorização do real em relação ao dólar e também da alta do petróleo em todo mundo, que também afeta o Brasil.
A tendência é que o brasileiro ainda enfrente uma alta temporada de passagens aéreas caras, pois a sinalização do IPCA é para que se tenha bilhetes ainda mais caros, pensando que a inflação tende a continuar alta para o próximo ano. Os números da Anac também deverão sinalizar no mesmo sentido em 2022, dificultando ainda mais os planos de quem quer voar.