O preço médio da gasolina caiu pela nona semana consecutiva no país, para alegria dos motoristas. O combustível vem registrando valores cada vez menores desde o final de agosto, aliviando um pouco o orçamento dos consumidores do país.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional da gasolina caiu 0,87%, passando de R$ 5,74 para R$ 5,69 no país.
Embora o recuo tenha sido de apenas cinco centavos, o resultado foi comemorado pelos brasileiros, ainda mais por ter sido a nona queda seguida nos valores do combustível. Contudo, todos esses recuos não conseguiram eliminar a alta acumulada nas semanas anteriores.
A saber, o combustível acumulou uma queda de 19 centavos nas nove semanas de queda. Com isso, eliminou apenas uma parte do avanço acumulado nas três semanas anteriores, de 36 centavos.
Em outras palavras, os motoristas estão pagando mais barato que há nove semanas, mas as quedas precisam ficar mais intensas para eliminar toda a alta observada nas três semanas anteriores.
Petrobras reduz gasolina para distribuidoras
A queda no preço da gasolina ficou mais intensa nesta semana graças à redução de 12 centavos promovida pela Petrobras no valor do litro do combustível comercializado para as distribuidoras.
A saber, o litro da gasolina caiu de R$ 2,93 para R$ 2,81 no último dia 21, e os postos de combustíveis começaram a repassar esse reajuste.
No entanto, os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
A propósito, a Petrobras responde por menos de 40% do preço final da gasolina vendida nas bombas do país. Confira abaixo quais são as variáveis que definem o valor do combustível nos postos:
- Parcela da Petrobras: 37,2%;
- Impostos estaduais: 21,2%;
- Distribuição e revenda: 18,2%;
- Impostos federais: 12,0%;
- Custo do etanol anidro: 11,5%.
Impostos encareceram a gasolina em 2023
Em resumo, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. Em suma, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
Veja os Estados com os maiores preços do país
Na semana passada, o preço da gasolina caiu em quatro regiões brasileiras, com destaque para o Centro-Oeste e o Nordeste, onde o combustível ficou 16 e 9 centavos mais barato. O Norte foi a única exceção, registrando uma alta de quatro centavos na semana.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 22 das 27 unidades federativas (UFs). Os grandes destaques da semana foram Ceará (-29 centavos), Goiás (-27 centavos) e Mato Grosso do Sul (-23 centavos). Os demais recuos oscilaram entre um e dez centavos.
Na semana passada, o valor médio da gasolina subiu apenas no Amazonas e em Sergipe. Enquanto o preço disparou 39 centavos no estado nortista, teve uma leve alta de três centavos no estado nordestino. Em outros três estados, os preços se mantiveram estáveis em relação à semana anterior: Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Roraima.
Após essas oscilações, os estados que comercializaram a gasolina com os preços médios mais altos do país foram:
- Acre: R$ 6,76;
- Amazonas: R$ 6,49;
- Rondônia: R$ 6,45;
- Sergipe: R$ 6,10.
Em síntese, estes foram os únicos locais a apresentarem preços superiores a R$ 6,00. Isso quer dizer que os motoristas destes locais sofreram com os valores mais elevados do país, por isso, tiveram que pagar mais caro para abastecerem seus veículos com gasolina.
Por fim, vale destacar que a ANP coleta os preços praticados em milhares de combustíveis em todo o país desde 2004 e divulga semanalmente os preços médios da gasolina, do etanol e do diesel em cada região brasileira, bem como em cada estado e sua respectiva capital.