O café fazer parte do dia a dia dos brasileiros não é uma novidade, para se ter uma ideia é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo apenas para a água. O problema é que, assim como diversos outros produtos, seu preço está em alta. Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o preço do café sofreu um aumento de 34,53% nos últimos 12 meses.
Vários fatores são contribuintes para este aumento no preço do café. Por exemplo, com o real desvalorizado, se torna mais interessante para países estrangeiros, como os Estados Unidos, comprarem produtos brasileiros, que ficam mais baratos, o que acaba gerando uma redução da oferta no país.
Outro fator que afetou diretamente essa alta, foi a seca que atingiu a região do Triângulo Mineiro, principal região produtora de café no Brasil, no primeiro trimestre do ano. Atrelado a isso, a crise hídrica impacta diretamente na geração de energia e, consequentemente, na produção dos grãos.
As geadas que aconteceram no mês de agosto na região Sul do Brasil também contribuíram para a alta. Plantações de café foram muito afetadas, o que ocasionou uma redução na oferta do produto. Além disso, alguns dos produtos que são usados na produção do café, como insumos e fertilizantes, são cotados em dólar. Ou seja, com a cotação atual, acaba encarecendo o custo para o produtor.
Não só o café, mas outros grão também apresentam alta no preço
A saca de 60 quilos do café arábica começou nesta sexta-feira (12) com alta de 1,44% no preço e é vendida a R$ 1.274,18 na cidade de São Paulo. O café robusta também teve elevação no valor. A alta foi de 0,80% e a saca é comercializada a R$ 801,19 para retirada no Espírito Santo.
O açúcar cristal registrou aumento de 0,64% e o produto é vendido a R$ 152,93 em São Paulo. Em Santos, no litoral paulista, o valor da saca de 50 quilos, sem impostos, subiu 0,17% e a mercadoria é comercializada a R$ 146,51.
No mercado financeiro, o preço da saca de 60 quilos do milho teve recuo de 1,09% e é negociada a R$ 83,59. Em Cascavel, no Paraná, o preço é R$ 83. Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o milho é vendido a R$ 73. Em Uberaba, Minas Gerais, o preço à vista é R$ 81. Os valores são do Canal Rural e Cepea.
Enquanto consumidores são afetados, agricultores se beneficiam
Com o preço do café em alta, e batendo a marca de ter mais do que dobrado em 2021, o agricultor que ainda tem estoque está aproveitando o momento para comercializar o grão. Produtores buscam um preço mais alto, para compensar a redução da safra.
De acordo com o último levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Minas Gerais, maior produtor de café arábica do país, a safra atual deverá ficar em pouco mais de 21 milhões de sacas, uma redução de 38% em comparação a 2020.
A chuva chegou nas lavouras proporcionando a florada do café. Os agricultores esperam que o clima se mantenha assim para poderem ter uma boa produtividade na próxima safra e, na colheita, possam aproveitar esse momento de alta no preço do café no mercado.