Os brasileiros que alugaram imóveis residenciais em 2022 devem ter sentido o aumento dos valores destas locações. De acordo com o Índice FipeZap+, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais disparou 16,55% entre janeiro e dezembro de 2022.
A saber, esta é a maior variação anual desde 2011, quando o valor da locação de imóveis havia registrado forte alta de 17,30%. Aliás, o avanço acumulado no ano passado superou em quase três vezes a inflação oficial do país. Além disso, a taxa também ficou bem mais elevada que o índice conhecido como “inflação do aluguel“.
Em síntese, o Índice FipeZap+, cuja divulgação ocorreu nesta segunda-feira (16), analisa o comportamento do mercado imobiliário em 11 capitais e 14 cidades brasileiras. Dessa forma, a Fipe divulga uma média de variação mensal dos preços, baseando-se em anúncios imobiliários publicados na internet.
Preço do aluguel supera inflação do Brasil
O aumento nos preços do aluguel de imóveis residenciais teve um desempenho bastante específico em 2022. Embora a inflação tenha perdido força no país no decorrer do ano, isso não aconteceu no setor de locação de imóveis. E as pessoas que alugaram um local no ano passado não tiveram muito o que comemorar.
A título de comparação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 5,79% entre janeiro e dezembro de 2022. Em resumo, o indicador estourou pela segunda vez a meta inflacionária. Aliás, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil.
Da mesma forma, o aumento nos preços do aluguel de imóveis residenciais também superou significativamente a taxa registrada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Em suma, o indicador acumulou uma variação de 5,45% em 2022, taxa também inferior à do IPCA. A propósito, o IGP-M é considerado a “inflação do aluguel”.
Todos estes dados mostram que os proprietários de imóveis residenciais aumentaram de maneira exagerada o valor da locação de imóveis no ano passado. Não houve grandes motivos para que isso acontecesse, mas os valores dispararam em 2022.
Aluguel tem alta real de 10,76% em 2022
De acordo com o levantamento, a alta real dos novos aluguéis foi de 10,76% no ano passado, descontada a inflação. Inclusive, todas as 25 cidades pesquisadas pela Fipe tiveram aumento real em 2022. A única exceção foi Pelotas (RS), cujo aumento foi de 2,37%, ou seja, abaixo da inflação.
Confira abaixo a variação acumulada pelas cidades pesquisadas:
- São José (SC): 42,41%
- Goiânia (GO): 32,93%
- Florianópolis (SC): 30,56%
- Curitiba (PR): 24,47%
- Barueri (SP): 23,27%
- Fortaleza (CE): 21,33%
- São José dos Campos (SP): 20,90%
- Belo Horizonte (MG): 20,01%
- Campinas (SP): 19,68%
- Niterói (RJ): 18,44%
- Rio de Janeiro (RJ): 17,93%
- Ribeirão Preto (SP): 17,83%
- Recife (PE): 17,07%
- Salvador (BA): 16,56%
- São José do Rio Preto (SP): 16,27%
- Praia Grande (SP): 16,12%
- São Paulo (SP): 14,63%
- Santo André (SP): 12,43%
- Santos (SP): 12,00%
- Guarulhos (SP): 11,16%
- Porto Alegre (RS): 11,14%
- Joinville (SC): 10,98%
- Brasília (DF): 9,15%
- São Bernardo do Campo (SP): 8,32%
- Pelotas (RS): 2,37%
Confira mais detalhes do levantamento do FipeZap
Em dezembro do ano passado, o preço médio dos novos contratos de aluguéis chegou a R$ 36,65 o metro quadrado. Por exemplo, ao considerar esse valor como uma base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custaria, em média, R$ 1.832.
Embora esse valor seja bastante elevado, o montante nem se aproxima dos valores de Barueri (SP), cidade mais cara da lista. Em suma, o valor mensal de locação de um imóvel de 50 metros custou, aproximadamente, R$ 2.528 em dezembro do ano passado.
Ao considerar apenas as capitais pesquisadas pela Fipe, São Paulo lidera o ranking nacional. Aliás, veja abaixo os valores mais elevados entre as capitais:
- São Paulo (SP): R$ 45,50
- Recife (PE): R$ 41,68
- Florianópolis (SC): R$ 38,81
- Rio de Janeiro (RJ): R$ 37,78
- Brasília (DF): R$ 37,11
Todos os valores citados acima superaram a média nacional. Contudo, as outras seis capitais pesquisadas tiveram valores inferiores ao nacional.
Vale destacar o valor registrado em Fortaleza (CE), de R$ 23,05, o menor entre as capitais. Entre todas as 25 cidades pesquisadas, apenas três delas tiveram valores inferiores a essa marca: Ribeirão Preto (SP), São José do Rio Preto (SP) e Pelotas (RS). Os valores nestas cidades foram de R$ 20,48, R$ 19,28 e R$ 16,16, respectivamente.
Por fim, a Fipe também divulgou na semana passada o Índice FipeZAP+ sobre a variação dos preços de venda de imóveis residenciais. Nesse caso, a alta de 6,16%, que, apesar de parecer tímida, foi a mais intensa desde 2014 (+6,70%). Aliás, este índice analisa o comportamento do mercado imobiliário em 50 cidades do Brasil, e não apenas em 25 delas.